sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Austrália faz ultimato ao Japão para deixar de caçar baleias

O Japão deve deixar de caçar baleias, sob pena de ser levado aos tribunais internacionais, advertiu hoje o primeiro-ministro australiano Kevin Rudd, na véspera de uma visita do chefe da diplomacia nipónica à Austrália.

Rudd garantiu que Camberra vai “trabalhar com os japoneses para reduzir, através da negociação, o número das suas capturas para zero”.

“Se não conseguirmos esse acordo pela via diplomática, deixem-me dizer-vos que vamos apelar ao Tribunal Internacional de Justiça”, advertiu numa entrevista à estação de televisão Channel 7. E mais. Rudd garante que tem provas fotográficas da expedição anual dos baleeiros japoneses nos mares do Sul.

Este ultimato surge na véspera de uma visita do ministro japonês dos Negócios Estrangeiros, Katsuya Okada.

“A caça à baleia pelo Japão tem um fim científico, legal, realizado em águas internacionais em virtude de uma convenção internacional”, defendeu Okada em conferência de imprensa em Tóquio. “Vou explicar a posição do Japão no meu encontro com o primeiro-ministro Rudd”. Okada referiu que pretende abordar “esta questão calmamente, porque a relação bilateral Japão-Austrália é muito importante”. De facto, a Austrália mantém ligações económicas muito próximas com Tóquio, o seu maior mercado de exportação.

O Japão caça os cetáceos ao abrigo da “investigação científica”, prática tolerada pela Comissão Baleeira Internacional que tem em vigor uma moratória à caça com fins comerciais.

Activista neo-zelandês está a bordo do "Shonan Maru 2" a caminho do Japão

Há anos que esta pesca é perturbada por ecologistas, nomeadamente da associação Sea Shepherd, que envia os seus barcos para acompanhar a frota baleeira nipónica. Os activistas afirmam que já conseguiram salvar a vida a centenas de baleias.

Um trimarã ultra-rápido dos activistas, o “Ady Gil”, naufragou depois de uma colisão a 6 de Janeiro com o “Shonan Maru 2”, um dos navios japoneses. Esta segunda-feira, o capitão do barco destruído, o neo-zelandês Peter Bethune, conseguiu subir a bordo deste navio baleeiro para protestar.

Segundo a Sea Shepherd, Bethune pediu ao capitão do baleeiro para “se entregar” por “tentativa de assassinato dos seis membros” do “Ady Gil” e entregou-lhe uma factura de três milhões de dólares (2,2 milhões de euros) pela destruição do seu barco.

O “Shonan Maru 2” abandonou o resto da frota baleeira, que continua activa nas águas da Antárctida, para levar Bethune para o Japão e entregá-lo às autoridades. O navio deverá demorar algumas semanas até chegar ao Japão.

Segundo a New Zealand Press Association (NZPA), o ministro neo-zelandês dos Negócios Estrangeiros, Murray McCully, falou com Bethune e diz que este está a ser bem tratado, a bordo do “Shonan Maru 2”.

Fonte: Publico.pt

0 comentários:

Enviar um comentário