quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Primeiro abrigo comercial para aves necrófagas

É o primeiro abrigo fotográfico fixo para comercializar a fotografia de abutres... o que até pode dar uma indicação ao ICNB do que podia fazer em algumas das suas áreas, para obter verbas.

O primeiro abrigo fotográfico para aves necrófagas existente em território nacional abre oficialmente em Março. O novo destino obrigatório para fotógrafos de vida selvagem está situado numa reserva privada nacional, a Reserva Biológica da Faia Brava.

É o primeiro abrigo fotográfico fixo para comercializar a fotografia de abutres... o que até pode dar uma indicação ao ICNB do que podia fazer em algumas das suas áreas, para obter verbas. A diferença é que este abrigo é fruto da dinâmica de um privado, dado estar situado na Reserva Biológica da Faia Brava. Esta área, no Vale do Côa (freguesia de Algodres, concelho de Figueira de Castelo Rodrigo) tem sido o núcleo no qual a Associação Transumância e Natureza (ATN) tem investido a maior parte dos seus recursos e esforços, por forma a criar um modelo de gestão sustentável, para a futura expansão do projecto.

Esta reserva engloba um dos núcleos nacionais mais importantes de aves rupícolas e abrange parte da mancha de sobreiros mais extensa do Distrito da Guarda.

Agora, os fotógrafos visitando a região podem ter uma oportunidade única. A fotografia de aves a partir de abrigo implica, algumas horas de espera por parte do fotógrafo, e nem sempre é bem sucedida. No alimentador de aves necrófagas da Reserva Biológica da Faia Brava foi construído um abrigo fotográfico com qualidade e conforto.

A organização providencia o abastecimento regular do alimentador com restos de ossos e carne ou animais inteiros, para permitir que estas aves estejam habituadas a este fornecimento suplementar de alimento.

O abrigo está localizado na ZPE do Vale do Côa, numa zona de eleição para as aves rupícolas. Foi construído no interior de um alimentador de abutres, que está localizado num ponto elevado, sobranceiro ao rio, com poucas árvores e alguns afloramentos rochosos. A deslocação do Sol é feita por trás do abrigo, permitindo ter sempre uma luz favorável, desde o amanhecer ao entardecer.

Acesso:
Situado no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, acede-se em viatura 4x4 a partir da aldeia de Algodres.


Dimensões e características:
Este abrigo tem capacidade para 3 fotógrafos. Apresenta dimensões de 3x2m e a sua altura varia entre 1,80m e 1,60m.
Tem ainda 2 aberturas amplas. Uma situada a cerca de 85cm do chão, para se poder fotografar sentado e aproveitar angulos mais próximos do solo. A abertura mais alta fica a cerca de 150cm do chão, sobretudo para observação mas também para fotografia de angulos mais altos.

Conforto e acessórios:
Isolamento térmico e acústico, cadeiras.

Regras:
Neste abrigo, os fotógrafos deverão entrar ainda de noite e sair após o por do sol (salvo outra combinação com a organização). É terminantemente proibido fumar ou fazer ruido no interior do abrigo.


Equipamento fotográfico recomendado:
A distância das aves ao abrigo pode ser adaptada pela disposição do alimento. Os abutres podem situar-se entre 10 a 20 metros. Há vários tipos de lentes que recomendamos, mas uma 500 ou 400 mm para realçar aves mais afastadas e poisadas nas rochas ou árvores ou para destacar pormenores. Para além disso, uma lente zoom de 70-200mm ou 300mm pode ser o ideal para cenas de voo, de grupos ou de proximidade. Conversores.
Estas indicações são adequadas para máquinas reflex analógicas ou reflex digital full frame. Para as máquinas digitais com Crop Sensor ter em consideração o factor de ampliação que pode ser de 1,6x ou superior.
Recomendamos ainda envolver as lentes com camuflado.

O que levar:
Frontal ou lanterna, roupa quente (durante o inverno), água, alimentos, leitura.

Período fotográfico:
Todo o ano.

Espécies possíveis:
Dependendo da época do ano, aparecem no alimentador o Abutre do Egipto (Neophron percnopterus), o Grifo (Gyps fulvus), o Milhafre-preto (Milvus migrans), a Águia-real (Aquila chrysaetos), Pega-azul (Cyanopica cyana), o Corvo (Corvus corax).

Contudo, nota-se ainda a presença regular de Chapim-real (Parus major), Pisco de peito ruivo (Erithacus rubecula), Melro-azul (Monticola solitarius), etc.

Se a ideia o deixou com água na boca, espreite a página da Associação Transumância e Natureza e... inscreva-se. As fotos que ilustram este artigo são do fotógrafo Luis Ferreira.

Fonte: Foto Digital Online Fotos: Luis Ferreira e Fernando Romão

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