Um dos maiores temores dos cientistas que acompanham as mudanças climáticas está no fundo congelado do oceano Árctico. Sob o leito do mar estão os maiores depósitos de metano, um gás várias vezes mais poderoso do que o dióxido de carbono para aumentar a temperatura da Terra e destruir o clima que conhecemos desde os primórdios da civilização.
Cientistas registaram um aumento da libertação de mais 30% na quantidade desse gás metano da camada subterrânea de gelo permanente do Árctico, nos últimos quatro anos. Isto devido ao aquecimento das correntes marítimas na zona e ao derretimento do permafrost (solo congelado), que retém milhares de milhões de toneladas de metano, o que deve levar a um aumento de 10 graus centígrados na temperatura média da região até 2100.
Os depósitos de metano são importantes porque os cientistas crêem que o seu escape foi responsável, em épocas passadas, por mudanças climáticas bruscas e até pela extinção de muitas espécies.
É a primeira vez que a libertação de metano do fundo do mar é identificada na história recente da Terra. Embora a maior parte do metano se dissolva na água, parte chega à atmosfera e incrementa o aquecimento global.
Acredita-se que o metano contribuiu para os grandes períodos de aquecimento rápido da história da Terra, quando houve também grandes extinções de espécies. O detalhe é que esses grandes aumentos de temperatura do Planeta, provocados por fenómenos naturais, levaram milhares de anos para ocorrer, enquanto a mudança climática actual, provocada por emissões poluentes humanas, é medida em décadas.
Até recentemente, esta região de permafrost era considerada estável, mas agora os cientistas acreditam que a libertação de um gás de efeito-estufa tão poderoso pode acelerar o aquecimento global.
Fonte: Correio da Manhã
terça-feira, 2 de março de 2010
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