A enorme produção e consumo mundial de televisores, telemóveis ou computadores está a tornar-se um importante problema ecológico, nomeadamente nos países em desenvolvimento. Em Portugal, a Nintendo lançou ontem a nova consola portátil DSi XL e revelou dados esclarecedores sobre o mercado nacional dos videojogostecnologia
China, Índia e outros países em desenvolvimento devem preparar-se para uma "avalanche" crescente do lixo electrónico, segundo um relatório recente do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), realizado com o instituto suíço de ciência dos materiais EMPA e a empresa belga de reciclagem Umicore.
Anualmente, cerca de 40 milhões de toneladas de equipamentos electrónicos vão parar ao lixo. O PNUMA calcula que os Estados Unidos vão produzir este ano três milhões de toneladas de lixo electrónico, seguidos da China com 2,3 milhões - incluindo 1,3 milhões de toneladas de televisores ou 300 mil toneladas de computadores.
Numa década, os resíduos de computadores velhos vão aumentar 500% na Índia e 200 a 400% na China ou África do Sul, a partir dos dados registados em 2007.
Nos telemóveis, e comparando com esses valores de há três anos, devem ser de oito e 18 vezes em 2020 em países africanos como o Senegal e Índia, respectivamente. A analista Gartner calcula que foram comercializados a nível mundial 1.211 milhões de telemóveis no ano passado, um pequeno decréscimo de 0,9% relativo a 2008.
O PNUMA defende no relatório "Recycling - from E-Waste to Resources", em que analisou a situação em 11 países, que a reciclagem dos produtos electrónicos seja efectuada de forma mais eficiente.
Como muitos destes países não têm infra-estruturas de reciclagem dos diferentes elementos perniciosos para a saúde presentes nos aparelhos electrónicos e ainda os recebem de países desenvolvidos - a China é um exemplo recorrente -, o efeito no ambiente local e nos seres humanos é preocupante.
"Para muita gente", explica Josh Lepawsky, da norte-americana Memorial University, a exposição a este lixo "é uma estratégia de sobrevivência" mas, em termos de exploração de recursos naturais, é ineficiente. O objectivo é recuperar cobre, cobalto (15% da produção mundial é usado em telemóveis), paládio (13%) ou ouro e prata (3%).
Ainda no exemplo dos telemóveis, é possível "extrair" uma grama de ouro a partir de 41 telemóveis usados, assegura Rüdiger Kühr, da Universidade das Nações Unidas. Já nas placas de circuitos para computadores, encontram- -se 250 gramas de ouro por tonelada, refere Christian Hagelücken, da Umicore.
Fonte: Diário de Notícias
terça-feira, 9 de março de 2010
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