quinta-feira, 18 de março de 2010

Quercus teme "pressão ainda maior" sobre o Ambiente

A associação ambientalista Quercus teme que a nova estratégia governamental para a energia transforme o Ministério do Ambiente em "alvo de uma pressão política e económica ainda maior", e acha que o departamento hoje tutelado por Dulce Pássaro entrou nos últimos anos numa "senda da cedência" face à economia, e assim tem continuado.

Ontem, na apresentação do novo plano, foi o próprio ministro da Economia, com a sua homóloga do Ambiente à frente, a referir a necessidade de "articulação" entre as duas áreas. Assegurou que ambas as presenças, na cerimónia, asseguravam que "existirá um fortíssimo empenhamento de articulação das políticas públicas" na concretização do plano.

Com o horizonte a 10 anos, 2010-2020, a nova estratégia prevê 31 mil milhões de euros de investimento privado e público na área da energia, reforçando o peso das renováveis, e a criação de 120 mil novos postos de trabalho. Pretende ainda reduzir a dependência energética do exterior para 74 por cento em 2020 e chegar, nesse ano a 60 por cento de energia eléctrica de fonte renovável.

Na avaliação ao plano, a Quercus acusa o Governo de falta de coerência, por defender, por um lado, políticas de redução da dependência energética face ao exterior e ao mesmo tempo ter "investimentos programados nos transportes, principal área da dependência portuguesa".

Na poupança energética, verifica que a promoção da certificação energética dos edifícios coexiste com casas novas com ar condicionado, sem capacidade para estender roupa e novos equipamentos de entretenimento que "anulam e até reduzem os esforços de eficiência energética feitos".

Ao lançamento da nova estratégia associaram-se ainda o anúncio da associação entre a Efacec, EDP e Novabase para a internacionalização do modelo português da rede de veículo eléctrico, e dos vencedores do concurso para os projectos de investigação e desenvolvimento nas tecnologias solares do futuro. As três empresas vão internacionalizar o conceito, as tecnologias e equipamentos da rede portuguesa, conhecida por Mobi-E. Algo semelhante ao realizado há alguns anos com a Via Verde.

Quanto aos 15 projectos solares que ganharam o concurso e que, por isso, recebem um ponto de ligação à rede eléctrica, situam-se no interior do Alentejo e Algarve e pertencem à Efacec, Martifer, Abengoa, Reciclamas, Sapec, Tecneira, Luz.On, Glintt, Ramada, Hyperion, Selfenergy, Bragalux, Energena, Dalkia e Tom.

Fonte: Publico.pt

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