A demolição de duas "construções agressivas", como lhes chamou a ministra Dulce Pássaro, deu ontem início à segunda fase do plano de requalificação Matosinhos Mar.
Os bares Pedras da Agudela e Blue eram, como acrescentou o presidente da câmara local, "um cancro que há muito queríamos ver demolido". Aquelas duas construções eram obstáculos à expansão do projecto de requalificação da frente marítima de Matosinhos, uma área que se prolonga por 12 quilómetros, e que prevê intervenções em 16 praias, entre as quais as de Agudela, Angeiras, Marreco, Cabo do Mundo, Boa Nova e Leça da Palmeira.
O simbolismo e importância das demolições reflecte-se na presença dos presidentes de junta de freguesia, de Carlos Lage, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Norte (CCDR-N), e da ministra do Ambiente, Dulce Pássaro. Porque, além das demolições, Guilherme Pinto tinha para apresentar os trabalhos de renaturalização das ribeiras e para anunciar o início das obras do segundo troço da Marginal Atlântica (entre Marreco e Corgo). Numa visita guiada, Dulce Pássaro teve ainda oportunidade de ver as intervenções já concluídas que, segundo a ministra, só foram possíveis devido à "co-responsabilização" e à "articulação" entre as autoridades locais, a câmara e o Governo. "Tudo isto, além de muito planeamento, requer também meios financeiros", anuiu a ministra.
"Revolução" a acontecer
Para Guilherme Pinto, o conjunto de investimentos já realizados e a realizar no litoral da autarquia, no valor de 32,5 milhões de euros, foi imprescindível para que Matosinhos se torne "o ponto de Portugal onde está a acontecer a maior revolução da orla costeira". Parte deste montante ainda vai ser utilizado nas obras em execução, nomeadamente no estacionamento na praia do Cabo do Mundo, no passadiço entre a praia Azul e a do Aterro, na recuperação das linhas de água da orla e no reordenamento urbanístico das praias do Marreco e do Cabo do Mundo.
Apesar de o autarca definir esta requalificação com a palavra "transparência", ainda há problemas por resolver. Ao PÚBLICO, Guilherme Pinto referiu que "algumas pessoas faziam uso indevido desta zona", como alguns concessionários e, por isso, estes "têm de ser persuadidos". Este projecto estará concluído em dois anos e para a sua execução a câmara contou com o apoio do Ministério do Ambiente, da CCDR-N, da Petrogal e da Escola Superior de Artes e Design, que criou a sinalética da orla costeira.
Fonte: Publico.pt
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