A "Linaria ricardoi", uma pequena planta endémica portuguesa, da região dos barros de Beja, em perigo de extinção, vai ser protegida numa micro-reserva biológica que os ambientalistas da Quercus estão a criar na zona de Cuba.
Em declarações à agência Lusa, José Paulo Martins, do núcleo do Alentejo da associação ambientalista, salientou hoje a "urgência" de avançar com o projecto, numa altura em que os núcleos populacionais da planta "já são raros e estão em regressão".
"Trata-se de uma pequena planta, com um pé com poucos centímetros de altura e umas florinhas roxas, que há uns anos era descrita numa zona vasta do Baixo Alentejo, como é o caso dos barros de Beja", explicou.
Contudo, disse, quando foi definida a Rede Natura a distribuição da espécie "já ficou limitada a duas manchas mais pequenas" e, agora, os "únicos dois núcleos" conhecidos situam-se nos limites do concelho de Cuba com Beja e Alvito.
"Esses dois núcleos incluem, usualmente, algumas centenas de exemplares e este ano, devido à seca na região, nasceram poucos pés e muitos nem deram flor. É uma planta que urge proteger porque está em perigo de extinção", frisou.
Daí que a Quercus, em parceria com o Instituto de Conservação da Natureza (ICN) e a Associação Lusitana de Fitossociologia (Alfa), esteja a criar, na zona de Cuba, a sua quarta micro-reserva biológica nacional, desta vez dedicada à "Linaria ricardoi".
"Esta planta é estudada há anos e, aos poucos, tem vindo a desaparecer. Podem existir outros núcleos populacionais espalhados que não conheçamos, mas decidimos ter uma atitude activa para a sua protecção, ao invés de estarmos à espera de um milagre", argumentou.
Como a espécie prefere solos ácidos, de textura média ou argilosa, a Quercus está em processo de aquisição de um terreno, com perto de um hectare, na zona de Cuba, que já deve estar vedado em Outubro e pronto a receber sementeiras da planta.
"Tivemos de adquirir o terreno, com as condições para o desenvolvimento desta `Linaria`, porque não chegámos a acordo com os proprietários das outras parcelas onde já existem núcleos, os quais, ainda assim, vão ser monitorizados", acrescentou José Paulo Martins.
"Vamos depois transplantar exemplares para tentar reflorestar zonas em que sabemos que não vão existir factores de agressão como os que levaram à actual situação dramática", sublinhou.
O uso de herbicidas, em resultado da intensificação agrícola, foi um dos factores que, segundo José Paulo Martins, "contribuiu de forma decisiva para o decréscimo populacional" da espécie botânica.
http://cuba.no.sapo.pt/paginas/cuba-informa/botanica.htm
Fonte: Planeta ConVida
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