quinta-feira, 1 de abril de 2010

PNSAC: Centenas de veículos participaram em marcha lenta pelo arranjo da estrada 361

Centenas de populares e veículos ligeiros e pesados participaram hoje numa marcha lenta de protesto, entre as povoações de Amiais de Cima e Alcanede (Santarém), para reclamarem o arranjo da estrada regional 361.

Na manifestação, que decorreu num troço de aproximadamente 7 quilómetros desta estrada, estiveram largas dezenas de veículos, sobretudo camiões de empresas locais, que entupiram por completo a circulação nesta zona durante quase duas horas, numa fila de veículos .

Entre buzinadelas, gritos e cartazes de protesto, a marcha lenta teve o objetivo de alertar para o mau estado desta estrada, que liga Alcanena a Alcanede, e cujo pavimento está degradado há mais de uma década.

“Este movimento cívico, que não tem ligações a partidos ou poderes, limitou-se a viabilizar um protesto que as populações desta zona já há muito queriam fazer”, referiu a outro dos coordenadores do movimento, Luís Ferreira.

“Quisemos dar uma mostra de força popular às entidades competentes e mostrar que as pessoas desta zona não estão a dormir e estão fartas desta situação”, referiu ainda Luís Ferreira, afirmando também que as populações desta zona “já não acreditam em promessas de obras que têm vindo a ser feitas há vários anos”.

Esta estrada serve uma população de quase 9000 habitantes, segundo cálculos da organização do movimento, nomeadamente das freguesias de Alcanede, Gançaria, Abrã e Amiais de Baixo. Nesta zona existe ainda alguma indústria, nomeadamente, o Grupo JJ Louro e a fábrica de curtumes Inducol, entre outros.

O presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores, que não esteve na manifestação, disse que está “totalmente solidário” com o protesto e considera “inadmissível como nesta situação única, a decisão dos técnicos do Parque [das Serras d’Aire e Candeeiros – PNSAC] têm mais poder de decisão do que o próprio Ministério das Obras Públicas que já há muito tempo tem intenção de fazer esta obra”.

Moita Flores referia-se à questão do troço entre Amiais de Cima e Alcanena, cujo traçado terá de ser corrigido, nomeadamente nalgumas curvas, e as obras necessitam de parecer prévio do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), visto que esta zona está em perímetro do Parque Natural das Serras d’Aire e Candeeiros.

O movimento promotor do protesto diz ter recebido esta semana outra comunicação da empresa Estradas de Portugal (EP), responsável pela estrada, referindo que será lançado em breve o concurso para a primeira fase da obra, que irá decorrer entre Alcanede e Amiais de Cima, num custo previsto de 1,5 milhões de euros, segundo dados adiantados a Luís Ferreira pela delegação regional de Santarém da EP.

A segunda fase da obra, aquela que necessita de parecer prévio do ICNB, vai ligar Amiais de Cima a Alcanena e tem um custo previsto de 2 milhões de euros, segundo a mesma fonte.

Petição a exigir obras na estrada de Alcanede juntou mais de 4 mil assinaturas

A petição que esteve a circular na Internet e em papel para exigir obras na estrada regional 361, entre Amiais de Cima e Alcanede, juntou 4404 assinaturas válidas.

Estas assinaturas e a petição vão ser enviadas à Assembleia da República na próxima semana com o pedido de que o assunto seja debatido em plenário. A petição vai ainda ser enviada ao Instituto de Infraestruturas Rodoviárias, entidade que fiscaliza a empresa Estradas de Portugal (EP), responsável pela estrada regional 361. Serão também enviadas cópias à EP, o Governo Civil de Santarém, à Câmara Municipal de Santarém e aos deputados eleitos pelo distrito na Assembleia da República.

“Não vamos parar com este movimento até que a estrada seja arranjada”, salientou Luís Ferreira, garantido que vai haver outras acções, entre as quais, vai ser instalado um contador no Portal de Alcanede que fará a contagem dos dias entre a manifestação de hoje e o início das obras. “De três em três meses, vamos fazer outras acções no terreno, que ainda não estão definidas, e não vamos deixar morrer este assunto”, disse ainda.



Fonte: O Ribatejo

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