De acordo com o “Sidney Morning Herald”, citando as autoridades do Parque Marinho da Grande Barreira de Coral, o cargueiro destruiu os corais ao longo de um quilómetro, ao largo de Queensland, em Douglas Shoal.
O cargueiro esteve dez dias encalhado em cima dos recifes de coral e só ontem as autoridades australianas conseguiram removê-lo e levá-lo em segurança para o largo da ilha Great Keppel. Ao longo desse tempo, o casco foi esmagando os corais, enquanto oscilava com a força das correntes e dos ventos.
“São os estragos mais graves alguma vez infligidos por um navio que já registámos na Grande Barreira de Coral”, declarou David Wachenfeld, cientista daquela área protegida.
O presidente do parque marinho, Russell Reichelt, disse que os trabalhos de limpeza estarão entre os mais complexos de sempre naquela zona. O navio “não encalhou e ficou no mesmo sítio”, disse à ABC, notando que o cargueiro se deslocou cerca de um quilómetro depois de ter encalhado.
Uma avaliação inicial detectou uma grande quantidade de tinta e destruição nos corais. “A tinta está a matar os corais da zona e das proximidades”, salientou. No local está uma equipa de cientistas marinhos a realizar uma avaliação total dos estragos ambientais. “É muito preocupante porque a ideia destes produtos é serem tóxicos para impedir que os organismos marinhos se instalem nos cascos dos barcos”, acrescentou.
“Acidentes como este deixam, muitas vezes, cicatrizes nos recifes onde os corais foram esmagados e compactados”, comentou o ministro federal do Ambiente, Peter Garrett, em comunicado.
Hoje, o primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, considerou “absolutamente escandaloso” que o cargueiro tenha seguido uma rota considerada ilegal pelo Governo.
A Grande Barreira é o mais vasto organismo coralino do planeta, que se estende por mais de dois mil quilómetros. Com um elevado interesse científico, este local é considerado precioso devido à sua diversidade marinha e por albergar espécies ameaçadas de extinção.
Fonte: Publico.pt
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