terça-feira, 18 de maio de 2010

Barack Obama vai criar comissão de inquérito à maré negra


O Presidente norte-americano, Barack Obama, vai criar uma comissão de inquérito independente à maré negra que teve origem numa plataforma petrolífera explorada pela BP, no Golfo do México.

Obama deverá recorrer a um decreto presidencial para instituir esta comissão de inquérito, cujo anúncio formal é esperado para os próximos dias, informou ontem fonte da Casa Branca citada pelas agências AFP e Reuters, em anonimato.

O painel vai suplantar a investigação em curso, da responsabilidade do Governo e da Guarda Costeira.

Esta comissão vai estudar as práticas da indústria petrolífera, a segurança nas plataformas offshore e a monitorização realizada pelo Governo, nomeadamente através do Serviço de Gestão Mineiro (MMS, Minerals Management Service).

Nos últimos dias, Obama tem subido o tom das críticas à forma como as três empresas envolvidas – BP, Transocean e Halliburton - têm gerido a resposta à maré negra no Golfo do México. Sexta-feira, o Presidente disse não ter apreciado aquilo que considerou “um espectáculo ridículo durante as audiências sobre este assunto no Congresso”. Os líderes das empresas trocaram acusações sem serem assumidas responsabilidades. Obama acrescentou que não vai tolerar mais este tipo de atitude.

Pelo menos, a maré negra já fez uma “vítima”. Segundo a revista “Times” de hoje, a catástrofe levou Chris Oynes, responsável pela exploração petrolífera offshore na agência federal MMS, a pedir a demissão. Em causa está a aplicação da legislação sobre segurança neste sector.

BP espera impacto ambiental “muito modesto”

Enquanto isso, Tony Hayward, director-geral da BP, disse ontem à noite à estação de televisão Sky News que o impacto ambiental desta maré negra deverá ser “muito, muito modesto”.

“É impossível dizer e vamos organizar uma avaliação detalhada (...) mas tudo o que podemos ver neste momento parece sugerir que o impacto total no Ambiente será muito, muito modesto”, insistiu.

Na sexta-feira, Hayward garantiu ao jornal “The Guardian” que a fuga de petróleo será “minúscula” em proporção com a imensidade do oceano. “O Golfo do México é demasiado grande e o volume de petróleo e dispersante que estamos a usar é minúsculo comparado com o volume total de água”, sublinhou.

Os números oficiais da BP dizem que são libertados diariamente cinco mil barris de petróleo; mas a comunidade científica aponta para valores entre os 25 mil e os 80 mil barris diários.

Fonte: Publico.pt

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