segunda-feira, 17 de maio de 2010

Lontras regressaram ao rio Febros, junto ao Parque Biológico de Gaia


Após mais de duas décadas, as lontras regressaram ao rio Febros, concretizando o desejo do Parque Biológico de Gaia de recuperar a população destes mamíferos naquele afluente do rio Douro, já despoluído.

O Febros, que nasce em Seixozelo e termina em Avintes, corre no meio dos 35 hectares do Parque Biológico de Gaia e, devido à poluição, a última observação de lontra no estado selvagem naquele troço do rio remontava a 14 de abril de 1987.

Mais de 20 anos depois, já com a água do Febros translúcida, um macho lontra selvagem foi capturado acidentalmente no Parque Biológico, junto a um cercado onde existem quatro lontras de criação em cativeiro.

Desde esse dia 26 de abril de 2009 até hoje é certo que o objetivo de repovoar o rio Febros de lontras foi concretizado, sendo frequentemente visíveis naquele espaço "pegadas, marcações em pedras e vestígios de predação", afirmou à Lusa o diretor do parque, Nuno Oliveira.

Segundo referiu, a repovoação no Febros aconteceu de forma natural, admitindo-se que as lontras tenham regressado aquele curso por nunca o terem deixado ou por conseguirem chegar até lá vindas do Douro.

Certo é que só por ali começaram a aparecer depois da água do Febros estar "translúcida e boa", disse Nuno Oliveira.

O responsável explicou que a densidade de lontras em meio selvagem é muito baixa, sendo de um macho por entre 10 e 15 quilómetros e uma fêmea a cada seis quilómetros.

"Para repovoar o Febros bastam, por isso, duas ou três lontras", salientou.

No parque existem dois casais de lontras em cativeiro, que conquistam muita simpatia junto dos visitantes, sendo a mais velha uma fêmea que foi adquirida na Holanda há 12 anos.

Os dois machos - Aquiles e Alimário - são provenientes do Zoomarine, no Algarve, enquanto a outra fêmea foi "encontrada algures na Maia e enviada" para aquele Parque Biológico.

A lontra selvagem que permitiu concluir que o Febros já está repovoado foi restituída ao rio depois de lhe ter sido introduzido um chip.

As lontras somam-se a outras 160 espécies de mamíferos em cativeiro que existem no parque.

Coelhos bravos, cágados, tartarugas, gamos, vacas, burros, porcos do Vietname e muitos pássaros, desde o pisco ao pardal, passando pelas corujas, são alguns dos animais que ali vivem.

Em cativeiro apenas estão animais que, por uma ou outra razão estão incapacitados para sobreviverem na natureza.

Fonte: LUSA

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