segunda-feira, 31 de maio de 2010

Madeira: Conservação da Natureza exige participação da população


O secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais defendeu ontem que não pode haver uma política de conservação da Natureza de costas voltadas para as pessoas.
«Em primeiro lugar, porque são elas que defendem o património. É a sua atitude pró-activa em prol da defesa do Ambiente que garante a defesa desses valores. Em segundo lugar, porque o tipo de território que a Madeira tem - com enorme densidade populacional e com dois terços do seu terreno considerado Parque Natural- faz com que as pessoas permaneçam nas zonas de Reserva», explicou.
Manuel António Correia falava aos jornalistas momentos antes de um grupo de alunos da freguesia do Curral das Freiras partir, a bordo do NRP Cuanza, para o dia de lazer, nas Ilhas Desertas.
Tratou-se de uma iniciativa promovida pela Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais e pela Marinha, através do Comando da Zona Marítima da Madeira.
Na oportunidade, o secretário regional do Ambiente afirmou, por isso, a importância de existir uma interacção entre o ambiente e a população.
O governante referiu que este tipo de projecto que ontem se realizou é para continuar até o próximo mês de Outubro, pelo que outros alunos irão ser envolvidos no programa subordinado ao tema “Sexta-feira para a biodiversidade e cidadania”.
Estas viagens acontecerão nos dias de rendição dos elementos da Marinha.
«O objectivo é dar a conhecer as zonas de Reserva no princípio de que quem conhece preserva melhor», defendeu aquele governante.
Manuel António Correia considerou ser fundamental que a população conheça o património natural, o património ambiental, para o defender, tanto agora, como no futuro.
A ocasião foi aproveitada pelo secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais para agradecer todo o trabalho que tem sido feito pelo Parque Natural da Madeira. Manuel António lembrou que, em 1996, o número de lobos marinhos era de seis a oito indivíduos, sendo que, actualmente, passou para cerca de 40.
«É de facto um progresso extraordinário. É um trabalho de conservação da Natureza em prol da Madeira e do Mundo inteiro», referiu o secretário com a tutela do Ambiente, para logo acrescentar que, com este tipo de trabalho, «estamos a afirmar a Madeira no Mundo».
Esta promoção, segundo adiantou, tem até efeitos económicos porque «estes trabalhos e a atractividade que se consegue faz com que pessoas de todo o Mundo queiram vir à Madeira».
Por ano, as Desertas recebem cerca de quatro mil pessoas. Destes, cerca de mil e 200 são alunos das escolas da Região.

Sentir as vivências do marinheiro

Da parte do Comandante da Zona Marítima da Madeira, Amaral Frazão, foi referido que o programa que ontem se realizou inscreve-se numa política de informação pública e de utilização da própria Reserva em que a Marinha tem desempenhado um papel contínuo ao longo dos últimos anos.
«É também nossa intenção fazer com que estas crianças sintam as vivências do ser marinheiro», sublinhou ainda Amaral Frazão.
Segundo Paulo Oliveira, do Parque Natural da Madeira, os vigilantes das Desertas receberam formação para saberem acompanhar o percurso dos visitantes.
Refira-se que durante esta viagem, os alunos tiveram a oportunidade de participar num “briefing” realizado pela Marinha. Também na Reserva, io grupo, acompanhado por um vigilante da Natureza recebeu informação ao longo de toda a visita.
O almoço foi oferecido pelo Parque Natural da Madeira e o regresso aconteceu pelas 16 horas. As vinte crianças do Curral das Freiras chegaram ao Funchal, perto das 18 horas.

Fonte: Jornal da Madeira

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