terça-feira, 11 de maio de 2010

"Os Verdes" denunciam «lixeiras a céu aberto» no PNSACV


O Parque Natural, que se estende entre São Torpes (Sines) e Burgau (Vila do Bispo), conta com «sete vigilantes da natureza» e «duas viaturas», o que «não é nada».

A deputada Heloísa Apolónia, do partido ecologista «Os Verdes», afirmou ter visto «verdadeiras lixeiras a céu aberto» durante uma visita ao Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, esta segunda-feira.

«Tivemos oportunidade de ver verdadeiras lixeiras a céu aberto em plena área do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina (PNSACV), decorrentes de actividades económicas verdadeiramente criminosas», disse à Lusa.

Referindo-se à prática de «uma agricultura hiper-intensiva e não tradicional», Heloísa Apolónia, que integrou uma delegação do Partido Ecologista Os Verdes (PEV) numa visita à zona norte do PNSACV, disse serem «deitadas a céu aberto toneladas de plásticos».

«Incomoda-nos profundamente que o Parque Natural não tenha mão no sentido de exigir aquilo que deve exigir a esses actos criminosos e que, ao mesmo tempo, não tenha meios no sentido de poder agir», considerou.

O Parque Natural, que se estende entre São Torpes (Sines) e Burgau (Vila do Bispo), conta com «sete vigilantes da natureza» e «duas viaturas», o que «não é nada».

O PEV critica também a inexistência de técnicos da área da agricultura, que possam «corresponder a uma relação, a uma informação e a uma sensibilização da componente agrícola», defendendo um maior investimento na conservação da natureza.

«Investir nas áreas protegidas pode significar também gerar muitos postos de trabalho e gerar qualidade de vida, que gere procura e automaticamente dinamização económica», defendeu a deputada, considerando que «isso não tem acontecido».

O Grupo Parlamentar do PEV quer agora levar para discussão na Assembleia da República a proposta de Plano de Ordenamento (PO) do PNSACV, salientando principalmente as práticas agrícolas e turísticas intensivas, numa altura em que já terminou o período de discussão pública.

«É o momento oportuno e determinante para uma intervenção parlamentar sobre esta matéria, dado que estão todos os contributos públicos e todas as críticas feitas de uma forma muito explícita», afirmou.

A deputada do PEV argumentou que «numa área protegida não se quer construir um mundo de betão», mas antes são «bem-vindas» acções que contribuam para a «preservação das artes e produção tradicionais».

«Se o plano está construído para servir apenas os grandes, quer a nível turístico, quer a nível agrícola, ele não vai servir nem a conservação da natureza, nem o desenvolvimento sustentável, nem as populações, nem as práticas tradicionais», concluiu.

Fonte: iol.online

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