terça-feira, 11 de maio de 2010

A ratazana é o mamífero que mais prejudica a Europa


O dano económico que as espécies invasoras provocam é mais do que 5% do produto interno bruto global do continente.

Chegaram do Sudeste asiático vindos de barco no século XVIII e tornaram-se a maior praga que a Europa já viu, afectando o ecossistema e até a economia do Velho Continente. Falamos do rato- -castanho, também conhecido por ratazana, que foi tema de um estudo suíço publicado no jornal Conservation Biology.

"As espécies invasoras são uma grande ameaça à biodiversidade e o dano económico que provocam é mais do que 5% do produto interno bruto global", escreveram os investigadores. A ratazana - que tem como nome científico Rattus norvegicus, uma vez que quem lhe deu o nome pensou que esta teria emigrado da Noruega) pode ser encontrada por toda a Europa, em todos os habitats, excepto no topo das montanhas. Uma vez introduzida numa região, há um decréscimo abrupto nos pequenos roedores, assim como nas espécies de aves terrestres ou marinhas. O maior impacto económico deve-se às culturas e reservas de alimentos danificados pelas ratazanas, além dos estragos feitos nos edifícios.

A equipa de cientistas responsável pelo estudo considerou diversas variáveis na sua investigação, incluindo a ameaça para as espécies nativas e como a espécie invasora se estabeleceu. Foi criado um sistema de pontuações que comparou o impacto das espécies "emigrantes" entre todos os mamíferos. Além da ratazana, as contas dos suíços adicionaram mais duas espécies para que se completasse o top 3: o cervo-sika e os ratos-almiscarados.

"Este sistema de pontuação pode ser usado para identificar as espécies invasoras mais prejudiciais, para que sejam tomadas medidas de conservação que sirvam para amenizar os seus efeitos negativos", escreveram os cientistas no seu estudo.

Para desenvolverem esta "pontuação", os investigadores estudaram relatórios de impacto acerca de todas as espécies de mamíferos invasoras encontradas na Europa. Depois dividiram estes impactos em "ambientais" e "económicos".

Dentro das duas classificações foram feitas algumas subdivisões por impacto, incluindo a predação, hibridização, transmissão de doenças e o impacto das espécies na agricultura. Para cada critério os investigadores deram uma pontuação que ia de zero (sem impacto) até cinco (máximo de impacto possível), para se chegar a uma pontuação que mostrasse o "impacto potencial" de cada espécie. Este número foi então multiplicado pela percentagem de área, dentro da Europa, que foi ocupada pela espécie invasiva para que o "impacto potencial" se tornasse um "impacto real". Depois de este sistema ter sido aplicado a 34 espécies que os investigadores consideraram "realmente" invasoras, chegaram à conclusão de que as que tinham obtido um maior resultado foram a ratazana, o cervo-sika e os ratos-almiscarados.

Segundo a base de dados de espécies invasoras, feita pela União Europeia, os cervos-sika são descritos como "uma séria peste florestal, que causa estragos nas plantas c coníferas e folhosas". Já o rato-almiscarado provoca danos especialmente em habitats com plantações aquáticas, culturas, sistemas de irrigação e barragens.

Fonte: Diário de Notícias

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