Este é um dos pontos de ruptura que a avaliação feita pela Convenção da Diversidade Biológica, que pertence às Nações Unidas (ONU), detectou. É também um reflexo do que ficou por alcançar: a diminuição da perda de biodiversidade até 2010.
“Este relatório diz que estamos a chegar ao ponto de ruptura onde o dano feito ao planeta se torna irreversível, a não ser que actuemos de uma forma urgente”, disse Ahmed Djoghlaf, o secretário executivo da convenção. O relatório publicado foi baseado parcialmente em 110 estudos nacionais sobre os passos definidos em 2002 para se conseguir chegar à meta.
O resultado é pouco animador. Segundo Djoghlaf, a taxa de extinção para muitos animais e plantas é mil vezes mais rápida do que o normal, e abarca não só as espécies selvagens, mas também variedades importantes para a agricultura e pecuária.
Para além da degradação da floresta da Amazónia, foram identificadas outras duas situações de ruptura. Os lagos de água doce contaminados por algas, que consomem o oxigénio e matam as outras espécies, e os recifes de coral que estão a morrer devido ao aquecimento e acidificação dos oceanos.
Estes alertas não escapam à economia. Segundo um estudo citado pela BBC News, o custo anual da desflorestação fica entre os 1,56 e 3,9 biliões de euros. A ONU acusa muitos países de não olharem para o valor económico das espécies e dos ecossistemas.
“A humanidade construiu a ilusão de que de alguma forma conseguimos sobreviver sem biodiversidade”, disse Achim Steiner, director do programa de ambiente das Nações Unidas. “A verdade é que precisamos mais do que nunca [da biodiversidade] num planeta com seis mil milhões de pessoas que vai ter mais do que nove mil milhões em 2050.”
Fonte: Publico.pt
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