sábado, 5 de junho de 2010

Ano Polar Internacional fez triplicar número de cientistas em Portugal


O Ano Polar Internacional foi “um caso de sucesso” para Portugal, com os cientistas e as equipas a triplicarem e a tornarem-se capazes de competir com as melhores do mundo, afirmou o investigador José Xavier.

José Xavier, que este mês apresentará os resultados atingidos em Portugal no período de 2007 a 2009 nesta área, numa conferência internacional em Oslo, Noruega, referiu que o sucesso não foi apenas no número de investigadores, mas também nas áreas de investigação. “Estamos agora a fazer investigação, quer no Árctico, quer na Antárctida, mas em áreas muito diferentes. Temos cientistas de topo a fazer investigação marinha, mas também ao nível terrestre, ao nível atmosférico e mesmo ao nível das ciências planetárias”, sublinhou.

Co-organizador dessa conferência a decorrer em Oslo, entre os dias 8 e 12 - o primeiro encontro internacional após o Ano Polar Internacional, - salientou que de um número inferior a 15 cientistas, e de cinco equipas, antes de 2007, hoje Portugal dispõe de mais de meia centena de investigadores e de 15 equipas que trabalham nesta área.

“Os jovens cientistas portugueses demonstraram, durante o Ano Polar Internacional [que decorreu entre Março de 2007 e Março de 2008], que com pouco financiamento se pode fazer ciência de excelência”, realçou, frisando que agora importa desenvolver uma estratégia para o futuro que consolide esta evolução e evite a fuga de especialistas para o estrangeiro.

Na sua perspectiva, a aposta deverá passar por “estabelecer equipas portuguesas e massa crítica em Portugal e integrá-las em equipas internacionais e multidisciplinares ao nível das regiões polares, de modo a continuarem a fazer ciência de excelência”. “O que nós queremos é que haja um aumento de colaborações e do estabelecimento das equipas em programas e em equipas internacionais. Só através de programas e de equipas interdisciplinares podemos maximizar todo o potencial na ciência polar, porque os custos são muito elevados e ao nível logístico é muito exigente”.

Outro aspecto que diz ser “muito importante é fazer parte de comités internacionais dos programas que existem em relação às regiões polares e começar a coordená-los, algo que já foi feito durante o Ano Polar Internacional”.

José Xavier, biólogo marinho e investigador do Instituto do Mar da Universidade de Coimbra já realizou seis campanhas científicas na Antárctica desde 1997 e no ano passado publicou uma obra sobre as lulas e polvos aí existentes, que é considerada uma referência internacional para o estudo da dieta dos animais que vivem nessa região.

Na conferência de Oslo, o investigador irá apresentar cinco palestras, mas nesse evento participarão igualmente outros cientistas portugueses. Diz que esta será a oportunidade de “confirmar ao nível mundial que Portugal foi mesmo um caso de sucesso e que a ciência polar portuguesa está de saúde”.
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Fonte: LUSA

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