A Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza deu principal destaque a escassez de Vigilantes da Natureza em Portugal Continental, referindo que neste momento existem 180 Vigilantes da Natureza, dos quais 121 estão a desempenhar funções no ICNB – Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, 28 nas CCDR´s – Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional e 31 nas ARH’s – Administrações das Regiões Hidrográficas. Referenciou-se o facto de os Vigilantes da Natureza serem pessoal de campo que têm como missão principal a protecção da Natureza e da Biodiversidade e que para colmatar a falta destes profissionais recorrem ao envolvimento das populações locais para os auxiliar na salvaguarda da protecção da Natureza e da Biodiversidade. A sensibilização das populações é efectuada no sentido de compatibilizar o desenvolvimento sustentável.
Para além da falta de meios humanos também se deu realce ao facto de existirem grandes carências no que se refere aos meios de deslocação que possibilitem o desempenho das suas funções, alertou-se para o facto de que o Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território deveria dar o exemplo e utilizar nas suas missões veículos não poluentes.
Foi dado destaque ao facto de os Vigilantes da Natureza para cumprirem a sua missão convenientemente terem que retirar da sua baixíssima remuneração uma parte dela para compra de material que permita a recolha de amostras. Amostras essas necessárias muitas das vezes como prova de actos ilícitos praticados nas suas áreas jurisdição e que possibilitam a apresentação de argumentos fundamentados em Tribunal. Referiu-se o facto de que na maioria das vezes as entidades competentes se descartarem das suas responsabilidades e terem os Vigilantes da Natureza que assumir as despesas com os tratamentos e alimentação de animais selvagens feridos ou debilitados entregues nas Áreas Protegidas.
Relatou-se a preocupação dos Vigilantes da Natureza com a situação em que se encontram muitos dos espaços, agora abandonados, que foram alvo de exploração de minérios, de onde é frequente existirem escorrências de produtos tóxicos para as linhas de água que vão desaguar nos Rios, os quais muitas das vezes servem para abastecimento de água às populações.
Quanto ao Ano Internacional da Biodiversidade foi mencionado que se tem feito muito pouco pelo aumento da Biodiversidade em Portugal. A reprodução de Linces em cativeiro levado a cabo pelo ICNB será uma boa medida se existirem preocupações na recuperação de habitats e corredores ecológicos que permitam a libertação de alguns indivíduos da espécie.
Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza
Francisco Correia
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