sábado, 19 de junho de 2010

Bombeiros do Algarve em dificuldade devido à falta de voluntários para o Verão


Os corpos de bombeiros do Algarve estão com dificuldades em recrutar pessoal para ajudar no Verão, que poderá ser "muito perigoso" em termos de incêndios. O subsídio de 60 euros por turnos de 24 horas não é suficientemente atraente para chamar candidatos.

O Inverno chuvoso deixou no terreno muita vegetação que poderá converter-se em combustível fácil. A governadora civil de Faro, Isilda Gomes, disse ontem que está "muito preocupada" com a situação. O comandante operacional distrital dos bombeiros, Vaz Pinto, subscreve a apreensão.

O dispositivo que está montado é composto por 506 elementos, três meios aéreos e 129 veículos, a funcionarem de 1 de Junho a 30 de Setembro. Para que a estrutura se mantenha operacional, durante o período mais crítico, é necessário criar piquetes, em vigilância permanente. Os bombeiros colocados nesse serviço recebem o tal subsídio, comparticipado pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, que paga 41 euros. O restante é financiado pelas autarquias. Mas faltam voluntários.

"Os comandantes dos bombeiros estão com alguma dificuldade em recrutar pessoal", disse Vaz Pinto. O que se tem vindo a constatar há alguns anos, sublinhou Isilda Gomes, "é que esta verba é suficiente no resto do país. As pessoas aderem e conseguem constituir equipas com facilidade, mas aqui não se consegue".

As serras do Caldeirão e de Monchique são as zonas mais sensíveis, mas todo interior algarvio está sob vigilância. Para reforçar os meios, foi aberto um concurso público para aquisição de mais cinco viaturas, mas estas ainda não chegaram, devido a problemas processuais.

Um cidadão, um agente

Para reduzir o risco de um eventual aumento do número de incêndios, a governadora civil apelou para que "cada cidadão seja uma agente de protecção civil", redobrando os cuidados e atenção nas medidas preventivas. Para isso, anunciou que em breve vai ser lançada uma campanha nacional de sensibilização. "A floresta não arde só por si", recordou por seu lado o responsável pela coordenação dos meios de combate aos incêndios.

Sobre a conflitualidade existente entre as populações que vivem no interior, em zonas de Rede Natura, junto a ribeiras - alvo de multas quando procedem a limpezas -, disse estar a "atenta à situação". Na próxima reunião agendada com a presidente da Administração da Região Hidrográfica (ARH), Valentina Calixto, prometeu que iria "colocar a questão" para avaliar a dimensão do problema. De qualquer modo, destacou como fundamental a "limpeza em redor das habitações" e o ordenamento da floresta.

Fonte: Publico.pt

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