quinta-feira, 17 de junho de 2010

Começou a funcionar novo método de recolha de crude no Golfo do México


A BP começou ontem a recolher crude das águas do golfo do México através de um segundo método, uma série de tubos e mangueiras ligados a um navio, o Q400, que queimará a mistura de petróleo e gás.

Assim, espera-se que aumente a quantidade de crude recolhida, que tem sido o equivalente a 15 mil barris de petróleo diários.

Mas isso pode ser apenas um quarto da quantidade que diariamente sai do poço que explodiu a 1500 metros de profundidade, segundo novos cálculos, feitos sob a coordenação do secretário de Estado da Energia norte-americano e Nobel da Física, Steve Chu: do poço podem sair 60 mil barris de petróleo diários, o dobro do que se pensava na semana passada.

Em teoria, o novo método de contenção do derrame de petróleo poderia recolher até 20 mil a 28 mil barris por dia, diz um comunicado do Centro de Informação Conjunto do Incidente de Deepwater Horizon. Mas a BP não arrisca previsões por ora. Só revelará as suas estimativas quando tiver cálculos, diz o New York Times.

A expectativa é que a capacidade de recolha diária de petróleo chegue ao equivalente a 40 mil a 53 mil barris de petróleo no fim do mês e 60 mil a 80 mil barris em meados de Julho.

A necessidade de medições precisas foi realçada pelo secretário de Estado da Energia. Ainda na semana passada, a melhor estimativa disponível era de 25 mil a 30 mil barris diários. O novo cálculo "junta várias metodologias científicas e informação dos fundos marinhos, e é um passo significativo para [se pôr] um número na quantidade de petróleo que está a sair do poço da BP", comentou Chu, citado pelo jornal de Nova Iorque. "É importante termos consciência de que os números podem mudar."

Pela primeira vez, foram usadas medições de pressão obtidas no interior da cúpula de contenção, para além de uma combinação de análises de vídeos de alta resolução obtidos por veículos operados remotamente, tecnologias acústicas e medições do fluxo de petróleo.

O que ainda não se consegue prever é quando é que o petróleo vai sair do golfo do México e espalhar-se pelo Atlântico, diz a oceanógrafa Synte Peacock, do Centro Nacional de Investigação Atmosférica, que está a desenvolver modelos de previsão, diz o site ScienceInsider, da revista "Science".

BP “tem meios” para custear a maré negra no golfo do México

O ministro britânico das Finanças, George Osborne, disse hoje que a quantia de 20 mil milhões de dólares que a BP deverá colocar num fundo para financiar os custos da maré negra no golfo do México é “considerável”, mas que o grupo “tem os meios” para a pagar.

“A BP é uma empresa muito sólida que emprega muita gente, não apenas aqui mas também nos EUA. Eles puseram de lado uma soma muito considerável e têm os meios” para o fazer, assegurou o ministro, quando questionado na rádio BBC4.

Osborne recordou que a BP era “uma empresa muito importante não apenas para a economia britânica mas também para a economia americana”, e disse que o Governo quer que ela “tenha sucesso e se porte bem para o bem de todos”.

Ontem, o Presidente americano, Barack Obama, tinha também considerado que a “BP era uma empresa robusta e viável”, e que “era do interesse de todos que ela se mantenha”.

Os dirigentes da BP, convocados pela Casa Branca, aceitaram ontem pôr de lado 20 mil milhões de dólares para indemnizarem as vítimas da maré negra que continua a estender-se ao longo da costa americana do golfo do México.

Fonte: Publico.pt

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