De uma só vez, dois investigadores portugueses colaboram em dois artigos científicos diferentes na revista Nature. Trata-se de dois jovens da Universidade do Porto, que integram equipas internacionais nas áreas da biologia e da genética.
Os dois artigos foram publicados online esta semana e integrarão a edição impressa daquela revista científica em data posterior.
"Nuno Queiroz e Luísa Pereira são os jovens investigadores portugueses que colaboram nos dois artigos seleccionados para publicação pela Nature", refere a Universidade do Porto em comunicado.
Os artigos relatam descobertas nas áreas da biologia dos tubarões e da genética populacional das comunidades judaicas, respectivamente. E, de acordo como o mesmo comunicado, a publicação de dois artigos assinados por portugueses naquela que é "uma das mais prestigiadas e selectivas revistas científicas do mundo" é "algo que deverá acontecer pela primeira vez com uma universidade portuguesa".
O primeiro destes artigos "dá conta das conclusões de um estudo que lança novas luzes sobre o comportamento dos tubarões e o modo como aqueles predadores se deslocam no oceano", refere a Universidade do Porto.
"Havia a ideia de que o movimento dos tubarões é aleatório, o que não é verdade", adianta, citado pela Lusa, Nuno Queiroz, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto (Cibio), o co-autor português do artigo, em parceria com cientistas ingleses, suíços e norte-americanos.
Para fazer este estudo, a equipa colocou dispositivos electrónicos em 55 animais de 14 espécies de tubarões e seguiu-lhes a rota.
No outro artigo, 21 investigadores de vários países, entre os quais Luísa Pereira, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) e da Faculdade de Medicina do Porto, descobriram que as raízes genéticas da maioria das comunidades de judeus estão na região do Levante, área compreendida entre a costa mediterrânica de Gaza e a Turquia.
"Todas as comunidades estudadas, excepto duas na Etiópia e na Índia, têm forte ligação genética aos judeus do Levante", realça Luísa Pereira.
Os investigadores estudaram o património genético de 14 diferentes comunidades judaicas da diáspora e compararam-no com o de 69 populações não judias do Velho Mundo, para chegar àquelas conclusões.
Fonte: Diário de Notícias
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