Os EUA lançaram um ultimato à BP e deram à petrolífera britânica 72 horas para divulgar os seus projectos para estancar o derrame no golfo do México.
O Presidente norte-americano Barack Obama irá regressar à região na próxima semana e o director executivo da BP, Tony Hayward, testemunhará no dia 17 no comité para a Energia e o Comércio da Câmara dos Representantes.
“A BP deve dar conta dos seus planos relativos às suas iniciativas paralelas e as alternativas para recuperação do petróleo, nomeadamente divulgando um calendário nas 72 horas após a recepção desta carta”, escreveu o contra-almirante da guarda costeira James Watson na mensagem enviada ao director de exploração petrolífera da BP, Doug Suttles.
A BP anunciou que foram recolhidos pouco mais de 15 mil barris de crude na terça-feira, através da cápsula de contenção instalada no poço de petróleo Deepwater Horizon, onde ocorreu a explosão que causou a maré negra, a 20 de Abril. Um novo sistema, a ser instalado no próximo fim-de-semana, deverá aumentar a capacidade de recolha para os 28 mil barris.
A guarda costeira dos EUA pediu “mais transparência” em todo o processo. “Temos necessidades de mais detalhes e mais transparência para desempenhar o nosso papel de supervisão”, escreveu o comandante da guarda costeira dos EUA, Thad Allen, numa carta enviada a Hayward.
O secretário norte-americano do Interior, Ken Salazar, foi ao Senado e garantiu que a exploração petrolífera no golfo do México continuará, “mas de maneira mais segura”.
Para minorar os danos causados à sua imagem, a BP comprou expressões como “derrame” ou “danos” no Google e noutros motores de busca, a fim de dirigir os utilizadores para o seu site quando forem feitas pesquisas por “maré negra” na Internet. A página surgirá como link patrocinado e a BP diz que pretendeu “facilitar a procura das pessoas que querem saber mais sobre os esforços que estão a ser feitos”.
Maré negra já custou 1430 milhões de dólares à BP
O gigante do petróleo inglês BP estima que a maré negra no Golfo do México, provocada pela explosão de uma das suas plataformas, já custou 1430 milhões de dólares (1192 milhões de euros).
A BP informou desconhecer as razões que levaram a uma súbita venda de acções no mercado norte americano, segundo a AP.
Numa declaração divulgada antes da abertura da bolsa londrina, a companhia sublinha a sua forte posição financeira e reafirma que tem “significativa capacidade e flexibilidade” para lidar com os custos de resposta ao derrame de crude no Golfo do México.
As acções da BP caíram ontem para o seu valor mais baixo na última década em Nova Iorque. O mercado receia que a empresa não tenha capacidade para pagar os dividendos que planeara. A queda das cotações na bolsa londrina foram menores.
A empresa refere que se mantém atenta aos mercados e que vai fazer anúncios regulares respondendo à tragédia da maré negra, incidente que considera ser a “prioridade máxima” da empresa.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já anunciou que vai regressar à zona afectada pela maré negra na próxima semana. Obama visitará os estados de Mississippi, Alabama e Flórida, cujas costas e economias estão a ser afectadas pelo pior desastre ambiental na história dos EUA. Esta será a quarta viagem de Obama à região desde que o derrame começou, a 20 de Abril, depois da explosão de uma plataforma petrolífera operada pela BP.
Fonte: Publico.pt
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