O Governo vai lançar um novo programa de eficiência energética para a administração pública, no âmbito da actualização do Programa Nacional de Acção para a Eficiência Energética, anunciou hoje o secretário de Estado da Energia, Carlos Zorrinho.
O plano visa reduzir o consumo energético do Estado, que gasta mais de 500 milhões de euros em energia por ano, segundo um estudo da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), apresentado na conferência “TIC e Eficiência Energética: O Estado deve dar o exemplo”.
Carlos Zorrinho, que falava no decorrer da conferência, disse que o novo programa vai ser lançado “nos próximos meses” e contará “com contributos de várias entidades do sector”.
Um dos pontos fulcrais deste novo programa, explicou Zorrinho, será o incentivo ao uso de minigeração nos edifícios públicos. O Governo estabeleceu como meta para os próximos dez anos atribuir até 500 megawats em licenças.
Por outro lado, o Governo vai regulamentar os contratos entre o Estado e empresas de serviços de eficiência energética, para facilitar a implementação deste tipo de serviços nas instalações públicas.
Em declarações à Lusa, à margem da conferência, Carlos Zorrinho declarou que é ainda “muito prematuro” falar nos custos deste programa, mas afirmou que não será um projecto com grandes impactos no Orçamento de Estado. “Vai integrar o forte incentivo à introdução de sistemas inteligentes na gestão energética em edifícios públicos e escolas. Vai integrar também o programa Escolas Verdes”, disse Zorrinho.
O presidente da New Energy Solutions, Jorge Vasconcelos, apresentou na mesma conferência uma estimativa de quanto gasta o Estado português em energia, afirmando que os mais de 500 milhões de euros, citados pela APDC, representam nove por cento da factura energética total em Portugal.
De acordo com o estudo da APDC, que se debruça sobre dados de 2008, a indústria representa 33 por cento do consumo energético português.
Jorge Vasconcelos acrescentou que, tomando o ano de 1994 como base, o consumo de electricidade em Portugal em 2008 cresceu 77 por cento. “No entanto, nos edifícios do Estado o consumo cresceu o dobro da média”, frisou.
O mesmo responsável avançou que Portugal gasta por ano 150 milhões de euros em iluminação pública e mais de 260 milhões nos edifícios do Estado. Ou seja, frisou Vasconcelos, “a factura energética da administração pública é superior a 500 milhões de euros por ano” e apontou os programas de eficiência energética como a ferramenta essencial para reduzir este gasto. “Um por cento de eficiência energética equivale a cinco milhões de poupança em impostos”, exemplificou.
Fonte: LUSA
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