“A estimativa mais baixa dos cientistas (...) é de cerca de 20 mil barris [3,2 milhões de litros], e a mais elevada é pouco superior a 40 mil [6,4 milhões de litros]”, revelou Marcia NcNutt, directora do Instituto de Geofísica americano (USGS) e presidente do grupo de peritos mandatados pela administração Obama para avaliar a fuga de crude, o Flow Rate Technical Group.
Quarenta mil barris diários significa que estará a ser libertado para as águas o equivalente a um “Exxon Valdez” – derrame no Alasca, em 1989 - a cada oito a dez dias. Mas mesmo se considerarmos o valor mais baixo, 20 mil barris diários, o poço já libertou para as águas do Golfo do México mais de um milhão de barris, desde a explosão da plataforma Deepwater Horizon, a 20 de Abril.
Estes números são da responsabilidade dos cientistas do Flow Rate Technical Group, com base em medições feitas antes de 3 de Junho, quando a BP colocou a cúpula de confinamento no poço de petróleo com a fuga. Desde esta intervenção, a companhia petrolífera britânica afirma já ter recuperado 73.324 barris (11,7 milhões de litros) de crude. O crude está a ser canalizado para o navio “Discoverer Enterprise” e depois é transferido para um cargueiro que o transporta para a costa. As autoridades esperam recuperar até 28 mil barris de crude por dia, ou seja, 4,45 milhões de litros, contra os 15 mil barris que estão a ser recuperados actualmente.
McNutt admitiu que a estimativa ainda está a ser trabalhada e lembrou a dificuldade da tarefa, tendo em conta que a fuga se encontra a 1500 metros de profundidade. O grupo de cientistas está já a preparar um novo documento que abranja o período depois de 3 de Junho.
Ontem, o grupo petrolífero anunciou que vai começar a queimar, por dia, até dez mil barris do crude que está a recuperar, possivelmente a partir de segunda-feira. Além disso, pretende testar durante o fim-de-semana um outro sistema que lhe permita recolher mais petróleo, informou Kent Wells, vice-presidente da BP para a exploração e produção. O navio “Discoverer Enterprise” tem capacidade para processar até 18 mil barris por dia. A ideia é instalar um segundo sistema para aumentar a capacidade de recolha até aos 28 mil barris diários. Um porta-voz da BP já garantiu que estas novas estimativas não vão afectar os esforços de recuperação de crude da companhia.
“Isto é um pesadelo que continua a piorar a cada semana”, comentou Michael Brune, director-executivo da organização ecologista norte-americana Sierra Club, citado pelo “The Guardian”.
A maré negra vai estar no centro das atenções numa reunião a 16 de Junho, na Casa Branca. Barack Obama convidou o presidente da BP, o sueco Carl-Henric Svanberg, e directores da BP para um encontro com o Presidente e com responsáveis da sua administração, por sugestão do comandante da Guarda Costeira norte-americana, Thad Allen.
O encontro realiza-se um dia depois de Obama regressar de uma visita aos estados do Mississípi, Alabama e Florida, a quarta vez que viaja até às regiões afectadas pela maré negra.
Fonte: Publico.pt
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