Os países caçadores de baleias – Japão, Islândia e Noruega – estão a realizar intensas investigações sobre a utilização de produtos derivados destes cetáceos para fins alimentares e farmacêuticos, na eventualidade do fim da moratória à caça comercial, afirma um relatório apresentado hoje em Agadir, Marrocos.
O estudo “Reinventing the Whale” da Sociedade para a Conservação das Baleias e dos Golfinhos (WDCS) foi publicado à margem dos trabalhos técnicos da Comissão Baleeira Internacional (CBI), em Agadir, onde 80 chefes de Estado se vão reunir em sessão plenária de 21 a 25 de Junho.
Segundo a WDCS, a Noruega investe especialmente nos testes clínicos ao óleo de baleia utilizado em complementos alimentares – como os Ómega-3, cuja Noruega é um dos principais fornecedores mundiais – ou em medicamentos contra a artrite e reumatismo, a doença de Crohn (inflamação crónica do intestino), doenças cardíacas, etc.
Já o Japão, que promete um vasto uso gastronómico, extrai das cartilagens produtos utilizados na indústria dos cosméticos.
A indústria baleeira islandesa desenvolveu, sobretudo, alimentos para animais, nomeadamente gado e peixes de aquacultura. Segundo a WDCS, a iniciativa teve o “apoio activo do Governo”.
Para Sue Fisher, directora das campanhas da WDCS, “torna-se claro que os caçadores de baleias prevêem utilizar o óleo e outros derivados de baleias para garantir a rentabilidade da caça a longo prazo”.
A caça comercial à baleia está proibida por uma moratória internacional desde 1986 e pela CITES, a convenção sobre o comércio de espécies ameaçadas.
Mas nestes dois casos, o Japão – em nome da caça científica -, a Noruega e a Islândia emitiram objecções que lhes permitem continuar a caçar baleias, actividade denunciada por conservacionistas e vários países.
Fonte: AFP
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