sábado, 17 de julho de 2010

As praias da costa de Leiria estão a ser invadidas por algas

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O fitoplâncton marinho não representa qualquer perigo para a saúde, mas responsáveis do sector do Turismo e de autarquias da região temem impacto negativo junto dos turistas.

A espuma de cor acastanhada detectada em algumas praias da costa do distrito de Leiria resulta de uma invasão de fitoplâncton marinho, substância que não representa qualquer perigo para a saúde pública, assegura Jorge Costa, delegado de saúde. No entanto, as algas estão a ser removidas do areal para evitar que apodreçam e se tornem um foco de infecção.

"Este episódio, que tem ocorrido de forma mais ou menos regular nos últimos anos, surge normalmente associado ao aumento do período de exposição à luz solar, ao aumento da temperatura ambiente e da temperatura da água, e à própria dinâmica costeira, factores que se têm vindo a agravar nesta última semana", esclarece um comunicado da Administração Regional Hidrográfica do Centro, datado de 2007, em alusão a situações idênticas.

Jorge Costa garante que as análises não detectaram a presença de substâncias tóxicas, pelo que entende que não faz sentido interditar a praia nem sequer a banhos. No caso da praia do Pedrógão, no concelho de Leiria, "os resultados da primeira análise efectuada à qualidade da água durante a permanência das espumas demonstram que esta ocorrência se deve à presença de fitoplâncton", garante a Administração Regional Hidrográfica do Centro.

Quanto às praias de São Pedro de Moel e Nazaré, as colheitas de água, efectuadas pela Administração Regional Hidrográfica do Tejo, são mais antigas. "As análises microbiológicas, realizadas no dia 5 e 6 de Julho, não evidenciam a ocorrência de contaminação fecal, a qualidade da água para a prática balnear é boa e as concentrações são da mesma ordem de grandeza das anteriores."

Receios pelo turismo

No entanto, a mesma fonte da administração regional do Tejo informa que "a situação que ocorreu nas praias de São Pedro de Moel e Nazaré é em tudo semelhante à ocorrida em Pedrógão". Apesar de desconhecer a situação, o presidente do Turismo de Leiria-Fátima, David Catarino, manifesta-se preocupado pelos impactos negativos que ela pode causar em termos turísticos. "A natureza é mais forte. É algo que ninguém consegue controlar."

Ontem a meio da tarde, o presidente da Câmara da Marinha Grande, Álvaro Pereira, ainda desconhecia a origem das algas que invadiram várias praias do concelho, entre as quais São Pedro de Moel. Nesse sentido, tinha combinado um encontro às 19h30 com o governador civil de Leiria, José Paiva de Carvalho, para avaliar a situação e tomar medidas. O autarca está apreensivo em relação às condições em que se encontram as praias por temer que "afugentem" os turistas, que já se têm de sujeitar às contrariedades do tempo instável.

Suspeita do costume

Uma possibilidade que chegou a ser avançada para justificar a contaminação do areal e da água prende-se com as descargas que o emissário da fábrica de celulose da Leirosa faz no mar.

O presidente da Câmara da Marinha Grande, Álvaro Pereira, diz que tem sido avisado por elementos da Força Aérea e por pilotos de avionetas da existência de uma mancha no mar na zona onde o emissário está instalado. "A vigilância devia ser reforçada para que isso não acontecesse."

Fonte: Publico.pt

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