É uma das 21 candidatas a Maravilha Natural de Portugal, mas nem tudo vai bem no Parque Natural da Arrábida. A falta de limpeza, as matilhas de cães de selvagens e a proibição de visitar as matas mais importantes da serra são algumas das queixas ouvidas pela Renascença.
Limpeza na Arrábida: as críticas e as justificações
“A lei do Parque sobrepõe-se à lei nacional e o Parque não deixa fazer limpezas. É preciso uma autorização, é preciso deslocar um técnico ao local, para fazer limpezas quase estéticas”, critica Pedro Vieira, um dos participantes numa manifestação marcada para sábado (dia 14), contra a maneira como está a ser gerida a Serra da Arrábida e a zona do Portinho.
“Guardas no parque não sei se há, deve haver meia dúzia deles, se tanto, duvido, e os resultados estão à vista. Desde que o Parque Natural da Arrábida tomou conta da serra, interditou a serra, impossibilitou qualquer intervenção humana na serra e neste momento temos um matagal desmesurado a crescer serra acima. Penso que é o maior barril de pólvora que temos neste país é a serra da Arrábida”, afirma ainda Pedro Vieira.
Na resposta, a responsável do Parque Natural, Sofia Castelo Branco, diz que aos proprietários basta preencher um papel.
“É mais um papel. Dentro de uma área protegida, não podemos fazer o que queremos, apesar de sermos proprietários, temos que cumprir o plano de ordenamento e é preciso obter a autorização dos serviços do Parque”, explica, acrescentando que o processo “costuma ser rápido e geralmente favorável”.
Mas não é só dos cidadãos que a administração do Parque recebe críticas. Do lado da Câmara de Setúbal, José Luís Bucho aponta outros pontos de censura.
Câmara de Setúbal deixa críticas à actuação do Parque da Arrábida
“Posso dizer-lhe que várias vezes temos actuado, não só na zona das praias, mas noutras zonas da serra e o Instituto de Conservação da Natureza-Parque Natural da Arrábida tem 20 processos em tribunal por termos alargado um caminho, termos cortado uma árvore, que, no nosso entender, devia ser feito para prevenir a questão dos incêndios florestais”, refere.
O Parque Natural da Arrábida interditou totalmente às pessoas as matas mediterrânicas da serra, decisão que também é contestada pelos movimentos de cidadãos da Arrábida. No entender dos responsáveis do Parque, as visitas iriam estragar a perfeição da natureza. Consideram, além disso, que as zonas de reserva integral são uma pequena percentagem do Parque Natural.
Podia haver períodos em que as visitas à serra eram permitidas
“Acho uma aberração a interdição da deslocação das pessoas dentro da serra. Se as pessoas não vêem, não conseguem respeitar, não conseguem respeitar o que lá está dentro”, defende, por seu lado, Pedro Vieira.
“O Parque tem que arranjar condições, de caminhos, de trilhos de que as pessoas possam usufruir. Se não quiserem que as pessoas visitem as épocas de risco, como o Verão, tenham um determinado período de tempo no ano em que a serra está aberta e as pessoas podem visitar”, sugere este membro de um movimento de cidadãos.
Para divulgar e alertar para estes e outros problemas, um grupo de cidadãos convocou para o próximo sábado uma manifestação.
Fonte: Rádio Renascença
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