Nos últimos dois meses, o caudal do rio Tejo tem estado demasiado baixo, alertou ontem o Movimento Pelo Tejo (proTEJO) que aproveitou para pedir ao Governo português que tome uma posição junto de Espanha, onde a água estará retida.
O movimento estranha os baixos caudais do rio em Julho e na primeira quinzena de Agosto, até porque o último Inverno “teve muita água”, disse Paulo Constantino, do proTEJO. E já há consequências. A diminuição do caudal do rio faz com que o castelo de Almourol “se ligue à margem direita do rio”, deixando de ser uma ilha e causando problemas aos barqueiros que ainda operam no Tejo, que vêem “a sua actividade paralisada”.
Já em Espanha, a situação é diferente. Este Inverno “permitiu um armazenamento de água na bacia do Tejo em Espanha muito superior ao registado na última década”, acrescentou Paulo Constantino, pormenorizando que o “armazenamento de água em Espanha encontra-se a 75 por cento da sua capacidade total”.
Por isso, o movimento considera “inaceitável e indecorosa qualquer argumentação relacionada com a falta de água, nem o apelo de [Espanha] às excepções de indicadores de seca ou de precipitação incluídas na Convenção de Albufeira”.
O proTEJO pede ao Governo português “o exercício do direito a recursos hídricos partilhados e a oposição à gestão unilateral do Governo espanhol, contrária ao princípio da unidade da gestão da bacia hidrográfica estabelecido na Directiva Quadro da Água”. Pede ainda que o executivo português “defenda uma definição de caudais ambientais integrados nos planos de gestão da região hidrográfica do Tejo ao longo de toda a sua bacia em Portugal e Espanha”.
A associação critica ainda a falta de monitorização online dos caudais e pede ao Governo que a informação sobre os volumes da água deste rio seja possível de aferir em tempo real, porque o actual sistema apenas permite conhecer os dados acerca dos últimos dois meses “lá para Outubro”.
Fonte: Publico.pt
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