Até ao último domingo, os incêndios destruíram mais de 71 mil hectares de floresta e mato no país, segundo os últimos dados oficiais da Autoridade Florestal Nacional, divulgados hoje. O número representa um aumento significativo face à área ardida nos últimos três anos, mas está muito aquém da destruição ocorrida nos dois anos mais trágicos dos fogos, 2003 e 2005, em que arderam no conjunto cerca de 764 mil hectares, ou seja, perto de 14 por cento da área florestal nacional.
O ministro da Administração Interna sublinhou hoje que a área ardida é inferior à de 2003 e 2005, devido ao “eficaz dispositivo de combate” que está no terreno. Rui Pereira, que falava no final do briefing diário da Autoridade Nacional de Protecção Civil, em Lisboa, destacou que a “área já ardida em 2010 é, em período homólogo, menos de um quinto do que a registada em 2003 e pouco mais de um terço do que ardeu em 2005”. Não referiu, contudo, os 26 mil hectares que arderam o ano passado até 15 de Agosto nem os perto de 8.500 hectares destruídos no ano anterior, uma área oito vezes inferior à ardida este ano. Mas precisou que em 2003, no mesmo período, arderam 372 mil hectares de mato e floresta e, em 2005, 117 mil. Mesmo assim, o ministro reconheceu que “já ardeu mais este ano do que nos últimos anos, mas muito menos que em 2003 e 2005”.
Para Rui Pereira, esta redução deve-se a “enormes melhoramentos no sistema de Protecção Civil”. “Há uma melhor coordenação, mais cooperação e os meios disponíveis foram programados e reforçados”, sustentou Rui Pereira, cujo ministério tutela a Protecção Civil.
Vários especialistas ouvidos a semana passada pelo PÚBLICO concordam com as melhorias do dispositivo, mas salientam que ainda há muito a fazer. A coordenação no teatro de operações, a formação dos comandantes e a logística dos incêndios são as áreas que precisam de mais investimento, referem.
Para o responsável, é este “eficaz dispositivo de combate” que tem “combatido com muita dedicação e competência” os milhares de incêndios já registados.
Questionado sobre algumas críticas feitas à falta de meios de combate, nomeadamente feitas pelos bombeiros, Rui Pereira recusou polémicas e apelou a todos que se juntem no combate. “Não é tempo de divergência, é tempo de coesão e cooperação”,
Fonte: Publico.pt
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