A BirdLife International, da qual SPEA é o representante em Portugal, publicou um mapa que apresenta a localização e o estatuto de protecção de mais de 10.000 locais importantes para as aves e para a biodiversidade em todo o Mundo. O mapa, que será apresentado pela primeira vez esta semana na reunião COP-10 da Convenção sobre Diversidade Biológica, em Nagoya, no Japão, mostra a rede global de Áreas Importantes para as Aves (IBA).
As Áreas Importantes para as Aves (IBAs) são reconhecidas mundialmente como uma ferramenta prática para a conservação da natureza, permitindo concentrar esforços e optimizar acções de conservação. Com a publicação deste novo mapa mundial das IBAs, a BirdLife está a expor as lacunas na rede mundial de áreas protegidas. Apenas 59% dos sítios são mostrados em verde-escuro, indicando que eles são total ou parcialmente protegidas, os restantes sítios são mostrados em verde-claro, indicando que não têm qualquer estatuto de protecção.
Essa informação é muito relevante para o programa de trabalho sobre Áreas Protegidas da Convenção para a Diversidade Biológica, em que cada país se comprometeu a analisar as lacunas de sua rede de áreas protegidas. Apesar dos progressos recentes, a actualização do estatuto de protecção das IBAs em todo o mundo mostra que apenas 26% destas estão total e legalmente protegidas.
As IBAs são, na maior parte dos casos, identificadas e documentadas pelos parceiros nacionais da BirdLife, como é o caso da SPEA em Portugal. Isso garante que o melhor conhecimento local é aplicado no processo de inventariação das IBAs e envolvido no trabalho posterior de protecção e monitorização.
No caso de Portugal, a SPEA identificou 110 IBAs, 93 delas terrestres (54 no Continente, 31 nos Açores e 8 na Madeira), e, num esforço pioneiro a nível mundial, 17 IBAs marinhas (11 nos Açores, 4 na ZEE do Continente e 2 na Madeira). No total, as IBAs terrestres representam 16% do território nacional, entanto que as marinhas representam apenas 0.8% do total da Zona Económica Exclusiva (ZEE) Portuguesa, salientando assim a importância de as proteger.
Domingos Leitão e Iván Ramírez, Coordenadores do Departamento de Conservação da SPEA salientam que “Este mapa é apenas um exemplo do trabalho que os nossos técnicos, sócios e voluntários têm desenvolvido ao longo dos últimos anos para identificar as melhores áreas para as aves no mundo. Mas isto não é suficiente, é necessário que os políticos portugueses e europeus presentes na reunião de Nagoya dêem um passo à frente e acordem em investir os fundos necessários para que estas áreas sejam protegidas legalmente e monitorizadas regularmente, só assim conseguiremos travar a actual perda da Biodiversidade Mundial.”
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