quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Bombeiros sem dinheiro para combater actuais fogos florestais


    A Liga dos Bombeiros Portugueses revelou hoje que muitas corporações de bombeiros estão sem dinheiro para responder aos atuais incêndios florestais, alertando para a possibilidade de os carros deixarem de combater os fogos por falta de verba para combustível.
Nas últimas semanas, algumas zonas do país foram fustigadas por incêndios florestais, situação que é anormal para esta época de inverno e, como o dispositivo de combate aos fogos ainda não está funcionar, são as corporações dos bombeiros que têm que suportar as despesas, nomeadamente de combustível e com viaturas.
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares, disse à agência Lusa que, nesta altura do ano, "não há qualquer tipo de financiamento" para as despesas com os incêndios florestais, que trazem "custos acrescidos às corporações de bombeiros", que já estão com problemas financeiros devido aos cortes no transporte em ambulâncias de doentes não urgentes.
"Se não houver qualquer tipo de apoio financeiro não haverá capacidade financeira para responder aos incêndios", sublinhou, acrescentando que a qualquer momento "pode não haver dinheiro para as viaturas de combate a incêndio saírem dos quartéis".
Nesse sentido, a LBP apela ao Governo para que os bombeiros sejam ressarcidos de todas as despesas efetuadas no combate aos incêndios das últimas semanas.
A LBP vai pedir a todas as federações distritais de bombeiros que analisem os custos das corporações para que seja feito um pedido de financiamento à Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).
Segundo a ANPC, desde o início do ano deflagraram mais de 1.700 incêndios florestais, que são sobretudo fogos de pequena dimensão e ocorrem em matos, estando na sua origem principalmente as queimadas.
Explicando o motivo dos fogos nesta época de inverno, Miguel Cruz, adjunto de operações nacionais da ANPC, disse à Lusa que nos dois primeiros meses deste ano houve uma completa ausência de precipitação o que provoca elevados níveis de secura, contribuindo para as condições de propagação de incêndios.
O relatório dos incêndios florestais do ano passado refere que, em janeiro e fevereiro de 2011, meses em que se registou precipitação, deflagraram 592 fogos, concluindo-se que este ano os fogos quase que triplicaram.
Só no último fim-de-semana o número de ignições foi quase semelhante às registadas em fevereiro de 2011 (380) e apenas na segunda-feira ocorreram 215.
Fonte: Lusa

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