terça-feira, 3 de abril de 2012

Nasceram mais 12 crias de lince-ibérico em Portugal


   Nasceram nos últimos dias mais 12 crias de lince-ibérico em Portugal, um número inédito no centro nacional de reprodução que luta para evitar a extinção desta espécie de felino. Com um total de 17 crias, Silves é hoje o centro ibérico com mais nascimentos.
Das 12 crias, apenas uma não sobreviveu, informa o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB). Os onze animais estão a ser amamentados naturalmente, no interior das caixa-ninho, pelas fêmeas Fresa, Flora e Fruta. Os progenitores são Éon, Foco e Fresco.

Normalmente as ninhadas desta espécie têm dois animais mas desta vez, tiveram quatro. As três ninhadas resultam do emparelhamento de animais com três anos de idade que já nasceram em cativeiro, a maioria no centro de reprodução El Acebuche, no Parque nacional espanhol de Doñana, no Sul de Andaluzia.

A juntar a estas 11 crias, o centro de Silves cuida de outras seis que nasceram no início de Março. Segundo o ICNB estas continuam bem de saúde. “Os registos da videovigilância das caixas-ninho revelam que Castañuela, a fêmea que tinha parido quatro crias no início de Março, mantém os cuidados parentais adequados. Segue também positiva a amamentação artificial pelos técnicos do CNRLI, das duas crias da Biznaga, que pesam agora já cerca de 800 gramas”.

A temporada de partos prolonga-se durante o mês de Abril. Até agora, segundo a agência Europa Press, já nasceram 40 crias: 17 em Silves, 11 no centro de La Olivilla, nove em El Acebuche e três em Granadilla.

A reprodução em cativeiro é uma solução de fim de linha para tentar evitar a extinção do lince-ibérico (Lynx pardinus). Esta ferramenta de apoio ao programa de recuperação da espécie no seu habitat natural tem como objectivo conservar o máximo de variabilidade genética existente actualmente na natureza (85%) durante um período de 30 anos. Para isso é preciso que o programa de reprodução em cativeiro conte com, pelo menos, um núcleo reprodutor de 60 animais (30 machos e 30 fêmeas).

Os cinco centros ibéricos tentam ainda ter um número suficiente de animais para a sua reintrodução nas áreas de distribuição histórica da espécie. A primeira vez que nasceram linces em cativeiro foi em 2005 e desde então o número de crias tem vindo a aumentar, à excepção de 2010 (oito crias) por causa da doença renal crónica que afectou os animais. No ano passado sobreviveram 25 crias (12 machos e 13 fêmeas).

No total, a população de linces em cativeiro era, em 2011, de 96 animais (49 machos e 47 fêmeas).

A próxima fase da conservação ex-situ da espécie é preparar animais nos centros para a libertação na natureza. A 14 de Fevereiro de 2011, Grazalema e Granadilla – nascidas no centro de reprodução de La Olivilla – tornaram-se nos primeiros linces-ibéricos nascidos em cativeiro a ser libertados na natureza. Em Novembro desse ano, Granadilla estabeleceu o seu território na zona de reintrodução de Guarrizas; Grazalema foi encontrada morta em Agosto numa jaula para controlo de predadores em Castela-La Mancha.

Este ano, em Janeiro, já foram libertados 11 linces na zona de Guadalmellato, em Córdova e em Guarrizas. As informações disponíveis até agora indicam que estão a adaptar-se bem à liberdade.

Fonte: Público/Helena Geraldes

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