Câmaras de Porto de Mós, Ourém e Rio Maior, propõem extinção da Associação das Serras de Aire e Candeeiros
As Câmaras de Porto de Mós, Ourém e Rio Maior, que integram a direção da ADSAICA – Associação para o Desenvolvimento das Serras de Aire e Candeeiros, deliberaram pedir à assembleia geral a extinção, situação justificada por razões financeiras.
A decisão, tomada na semana passada, poderá determinar o desemprego de 13 pessoas a partir de janeiro de 2015 – se os municípios não as integrarem -, data em que é proposta a formalização da extinção que vai ser objeto de deliberação na assembleia geral da ADSAICA prevista para setembro.
“É com muita pena minha, porque se trata de uma associação que faz um excelente trabalho”, afirmou à agência Lusa o presidente da ADSAICA e da Câmara de Porto de Mós, João Salgueiro, destacando o trabalho no âmbito da vigilância e prevenção de incêndios.
O responsável adiantou que as dez pessoas que fazem parte dos sapadores florestais têm “grande dinâmica e grandes conhecimentos” nesta matéria.
“Acontece que a ADSAICA era comparticipada pelo ICNB [Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade] em 50 mil euros e os outros 50 mil euros eram pela Direção-Geral das Florestas”, explicou João Salgueiro, referindo que o custo das duas equipas de sapadores florestais era de 120 mil euros, sendo que o diferencial era assegurado pelos municípios e com verbas das entradas no Monumento Natural das Pegadas de Dinossauros, no Bairro, concelho de Ourém, que a associação gere.
O responsável esclareceu que com a “fusão do ICNB com as Florestas, transformando-se em Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas”, a ADSAICA passou a ter apenas 50 mil euros, valor que “não dá, de modo algum, para suportar os custos relativamente aos sapadores florestais”.
“Temos vivido com grandes dificuldades, temos as contas todas em ordem, mas tem sido com grande esforço”, declarou, reconhecendo haver, por vezes, ordenados em atraso.
João Salgueiro esclareceu que o município de Porto de Mós está disponível para receber uma das equipas de sapadores florestais, com cinco elementos, porque, além de residirem na região, fazem “um excelente trabalho que é necessário ao concelho”, mas se ultrapassados os constrangimentos na admissão de novos funcionários.
Além dos 10 sapadores florestais, a ADSAICA tem um trabalhador na estação de tratamento de efluentes suinícolas de Alcobertas, em Rio Maior, e dois no monumento do Bairro, acrescentou o autarca.
A ADSAICA, criada em 1990, engloba no seu núcleo fundador o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, tutelado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, e os sete municípios que nele têm território – Alcobaça, Alcanena, Torres Novas, Porto de Mós, Rio Maior, Ourém e Santarém – e a Circunscrição Florestal da Marinha Grande.
A associação visa o estudo, valorização e divulgação do património desta região.
Fonte: Maior Tv / Lusa
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