O dirigente da Federação Nacional de Sindicatos da Função Pública (FNSFP), Paulo Trindade, acusou hoje o Governo de "brincar com os trabalhadores" e exigiu ao Executivo esclarecimentos sobre vínculos, carreira e remunerações dos vigilantes da natureza.
"O Governo fez uma lei [12/A] que dizia que até Setembro de 2008 apresentaria às organizações sindicais as propostas para resolver este tipo de carreiras e, portanto, quem anda a brincar com os trabalhadores é o Governo, que faz lei e não a cumpre", acusou.
Paulo Trindade falou aos jornalistas junto do Ministério do Ambiente onde, juntamente uma delegação de vigilantes da natureza, do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, esperava ser recebido pelo ministro da tutela, Nunes Correia.
Desde Janeiro que vigilantes e representantes sindicais têm vindo a solicitar uma audiência com o ministro do Ambiente, pedido que foi reforçado a 25 de Junho último, mas sem sucesso.
"O que nos é dito é que está tudo de férias neste ministério e que não há ninguém para receber os representantes sindicais e os representantes dos vigilantes da natureza. Pensamos que isto é uma desculpa totalmente esfarrapada", considerou o dirigente sindical, lamentando não haver encontro.
"Se o país foi todo a banhos, se o Governo foi a banhos, então o melhor é não voltarem porque a triste figura que andam a fazer não vale a pena", criticou Paulo Trindade.
Em causa está a situação de 250 vigilantes da natureza que desconhecem "que vínculo lhes está reservado, que carreira lhes está reservada, ao mesmo tempo que se agrava a degradação das condições em que se vêem forçados a trabalhar cada vez com menos meios humanos, de comunicação, de deslocação, entre outros".
"Estamos a brincar com o ambiente do país", disse ainda Paulo Trindade, deixando uma exigência ao Executivo: "O Governo que diga o que quer do vínculo dos trabalhadores e da sua carreira. Além de mal pagos, o pior é trabalhar sem saber se é um funcionário a quem é reconhecido o vínculo de nomeação ou se simplesmente vai ser remetido para um contrato ou se vai manter a sua carreira específica de vigilante da natureza com todo o seu conteúdo funcional ou se é despedido."
Fonte: Diário Digital / Lusa
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