quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais da Madeira atribui "louvor" a Vigilantes da Natureza e garante reforço de mais 4 elementos

O Corpo de Vigilantes da Natureza na Madeira será reforçado com quatro novos elementos. A revelação foi feita ontem pelo secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais, no Dia Nacional do Vigilante da Natureza assinalado na Região com uma conferência promovida pela Associação de Vigilantes da Natureza.

O secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais garantiu ontem que recebeu “luz verde” da Secretaria Regional do Plano e Finanças para a contratação de quatro novos vigilantes da Natureza que irão reforçar o corpo composto actualmente por 34 elementos, quando em 2007 eram 37.
Pese embora as restrições financeiras impostas à Região e que implicam um controlo das despesas correntes, Manuel António Correia anunciou que, ainda este ano, será aberto concurso para mais quatro elementos para o Corpo de Vigilantes da Natureza.
«Esta área é crucial e determinante para a Madeira, não só termos de conservação da natureza, mas incluso em termos económicos, porque reforça a imagem e a atractividade da Região, com repercussões na área turística, a nossa principal actividade económica», argumentou.
Por outro lado, Manuel António Correia justificou o reforço de meios humanos em virtude das áreas de jurisdição do Corpo de Vigilantes da Natureza ter aumentado nos últimos anos. «Isto não é um favor, é o reconhecimento pelo vosso excelente desempenho e o reforço das vossas disponibilidades», salientou.
O governante realçou o papel dos vigilantes da natureza, cuja função é feita «com muito empenho, esforço e abnegação e com resultados do seu trabalho, bem acima do horário e das suas obrigações».
Manuel António Correia reconheceu que os vigilantes «sofrem com a ausência, sofrem com as privações», quando passam 15 dias nas Desertas e 21 dias nas Selvagens «às vezes privados de muita coisa».
«Quem está deste lado, às vezes não consegue ter a percepção exacta deste esforço», realçou, dando testemunho do trabalho desenvolvidos pelos 34 vigilantes da natureza da Região Autónoma.
O governante aproveitou a oportunidade para esclarecer que, mesmo num cenário de dificuldades económicas, os projectos de conservação da natureza não acabam, quando terminam os apoios comunitários. «Temos projectos reconhecidos à escala internacional que são uma opção de fundo das instituições e do povo madeirense que vão continuar», garantiu, referindo-se ao lobo marinho, à freira da Madeira, à freira do Bugio e da defesa da floresta laurissilva.
Durante a cerimónia foi entregue ao Corpo dos Vigilantes da Natureza a distinção “Elogio” e aos vigilantes Isamberto Silva e Jaques Manuel da Mata com o prémo “Louvor”.

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Projetos conservação da natureza continuarão a ser apoiados na Madeira
O secretário regional do Ambiente da Madeira prometeu hoje que a região continuará a apoiar os projetos de conservação da natureza em curso mesmo quando deixarem de ter financiamento internacional.
Manuel António Correia falava hoje na cerimónia comemorativa do Dia Nacional do Vigilante da Natureza, ocasião em que anunciou que foi autorizado pela secretária regional das Finanças madeirense, "apesar de todos os constrangimentos, a abertura de um concurso para mais quatro elementos" deste corpo de profissionais no arquipélago que é presentemente constituído por 34 pessoas.
O governante salientou que os vários projetos de conservação em curso, casos do lobo-marinho e da freira da Madeira, "não vão acabar quando findarem os financiamentos internacionais e continuarão porque são opções de fundo do povo madeirense".
Manuel António Correia argumentou que para dar continuidade este tipo de trabalho, se for necessário, a Madeira "vai bater a outras portas e suportá-lo com meios próprios".
Realçou que tem sido realizado um "trabalho intenso nestas áreas, mas discreto, que vai ser rentabilizado e valorizado", mencionando que as comemorações do Ano Internacional da Biodiversidade são uma oportunidade para dar visibilidade a estes projetos que "poderão ter agora atenção redobrada".
Manuel António Correia destacou a importância do reforço do corpo de vigilantes da natureza neste arquipélago, visto que a conservação é "uma área crucial para a região".
Falou destes profissionais como "autênticos amantes da natureza" e elogiou o seu desempenho, esforço, abnegação e os bons resultados do trabalho que desempenham.
Nesta cerimónia foi atribuído um "elogio" coletivo ao corpo de vigilantes madeirenses que "ao longo dos tempos têm sido a face operacional, pela forma com o trabalham unidos" e dois louvores, um a Jacques da Mata pelo seu "trabalho de longevidade" e outro a Luís Amberto Silva por se destaca mundialmente pelos seus conhecimentos técnicos e apoio a inúmeros projetos científicos.
O trabalho desenvolvido pelos vigilantes da natureza esteve hoje em foco numa conferência promovida pela associação destes profissionais na Região.

Madeira está bem na conservação da biodiversidade
A Madeira está a desenvolver um bom trabalho em termos de conservação do património ambiental, contrariando a tendência da perda de biodiversidade.
A garantia foi dada ontem pelo bastonário da Ordem dos Biólogos, Domingos Abreu, durante uma conferência inserida no Dia Nacional do Vigilante da Natureza. «Não há registos, nos últimos anos, de extinções e há um esforço tremendo», realçou, alertando para a necessidade de usar a biodiversidade de forma sustentável.
2010 é o Ano Internacional da Biodiversidade e o fim de um ciclo para o qual foram definidos objectivos, quer ao nível da Convenção da Biodiversidade biológica quer ao nível dos países que compõem a União Europeia.
Foram definidos objectivos muito ambiciosos, nomeadamente o de travar a perda de biodiversidade e esses falharam. «Há mais consciência, motivação e até mobilização, mas não se conseguiu reverter a tendência da perda de biodiversidade, cujo alcançe ultrapassa mil vezes a extinção das espécies», destacou Domingos Abreu.
O investigador e bastonário da Ordem dos Biólogos, advoga a necessidade de encarar os objectivos de outra maneira, visto que a biodiversidade é uma fonte directa de bens e serviços fundamentais para a sobrevivência da espécie humana no planeta. «É preciso manter este afecto que as pessoas têm pela biodiversidade e conservação da natureza, mas ao mesmo tempo transpor esse valor junto do poder de decisão, político, económico ou social», salientou.

Fonte: Jornal da Madeira/LUSA

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