quinta-feira, 22 de abril de 2010

Corvídeo raro existente na Nova Caledónia sabe usar instrumentos

Espécie que existe na Nova Caledónia consegue resolver problemas complexos para obter a sua alimentação

Se o objectivo é obter comida, os corvos-da-nova-caledónia (Corvus moneduloides) não se poupam a rasgos de inteligência. Investigadores da universidade neozelandesa de Auckland, que há anos investigam os comportamentos desta ave rara mostraram agora que estes corvos conseguem usar uma combinação de três objectos para chegar ao seu objectivo: a comida. A investigação foi publicada na Proceedings of the Royal Society B.

Já se sabia que esta espécie de corvo, que é endémica daquele arquipélago situado na Oceânia, manipula instrumentos na natureza para obter alimento. É aliás a única ave que o faz e, às vezes, de forma bem criativa, resolvendo problemas complexos.

A equipa da Universidade de Auckland, coordenada pelo biólogo Russell Gray, já em 2007 tinha verificado que estes corvos conseguem encontrar soluções "inspiradas" em certas situações. Num artigo publicado nesse ano na Current Biology, a equipa dava conta de uma série de experiências com estas aves, em que elas tinham de retirar o seu alimento de um orifício suficientemente fundo para não lhe chegarem apenas com o bico, nem com um pequeno palito que lhes era fornecido. Além desse pequeno pau, os corvos dispunham de uma "caixa de ferramentas" onde existia um palito maior com o tamanho necessário para retirar o alimento do orifício. Só que aceder ao palito maior só era possível recorrendo ao palito mais pequeno. Por incrível que pareça, seis dos sete corvos testados conseguiram executar a tarefa. Agora a equipa de Russell Gray acrescentou novas dificuldades às aves. Desta vez, o palito mais pequeno estava pendurado num cordel e era preciso obtê-lo primeiro, para depois resgatar o pau maior e, com aquele, retirar o alimento do orifício.

A equipa usou outras sete aves retiradas da floresta para a experiência e elas conseguiram perceber como chegar ao alimento. A equipa acredita que a base deste comportamento, só exibido também por primatas, é extremamente complexo. "Foi surpreendente ver como os corvos resolveram o problema", adiantou o investigador Alex Taylor, citado pela BBC News.





Fonte: Diário de Notícias

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