O artigo foi publicado dia 9 de Abril na revista online PLoS ONE. As 70 espécies que compõem os mangais de todo o mundo foram avaliadas quanto à área de distribuição, perda de habitat e capacidade de propagação. Destas, onze foram consideradas estando vulneráveis, em perigo de extinção ou em perigo crítico de extinção.
O estudo foi dirigido pela Unidade para a Avaliação Global das Espécies Marinhas (GMSA – sigla em inglês). Um grupo que faz parte da Unidade de Avaliação da Biodiversidade, uma iniciativa conjunta entre a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e a Conservação Internacional, que recrutou especialistas em mangais para realizar a investigação.
“A perda potencial destas espécies é um sintoma da destruição e da exploração das florestas de mangais”, disse Beth Polidoro, num comunicado de imprensa da IUCN. “Os mangais são um dos habitats tropicais mais importantes, são o suporte para várias espécies, e a sua diminuição pode afectar a biodiversidade terrestre e marinha de uma forma muto mais abrangente”, explicou a primeira autora do artigo, que trabalha na Universidade de Old Dominion, na Virgínia, nos Estados Unidos e faz parte da GMSA.
Para além da região da América Central, o Sudeste asiático é outra zona de muita pressão para estas florestas.
As florestas de mangais crescem na linha costeira das regiões tropicais e sub-tropicais em todo o globo. Estão na fronteira entre um ambiente salino e de água doce, na passagem da zona terrestre para a marinha.
Estas florestas não são ecossistemas ricos em número de espécies, mas cumprem uma série de funções como a protecção da linha costeira da erosão, de tempestades e até de tsunamis. São importantes berçários para muitos animais marinhos. Servem de repositório e de fonte de nutrientes e são um forte sumidouro de carbono.
Estima-se que anualmente o custo do trabalho a nível de ecossistema feito pelos mangais ronde 1,18 mil milhões de euros. Mas este trabalho vai diminuindo à medida que a cobertura vai sendo reduzida de tamanho em todo o mundo devido à desflorestação para utilização da madeira e para ocupação do espaço com viveiros de peixes.
De todas as espécies analisadas a Sonneratia griffithii e a Bruguiera hainesii são as duas mais ameaçadas. A primeira vive na Índia e Sudeste asiático e perdeu 80 por cento do seu habitat nos últimos 60 anos. Da segunda, existem menos de 250 árvores adultas vivas no Sudeste asiático.
Fonte: Publico.pt
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