terça-feira, 18 de maio de 2010

Animais do Zimbabwe seleccionados para a Coreia do Norte morrem de stress

Dois dos animais capturados nos últimos meses no Zimbabwe para serem enviados para a Coreia do Norte “já morreram de stress”, disse hoje ao PÚBLICO o responsável pela Conservation Task Force daquele país africano.

O director dos parques nacionais do Zimbabwe tinha dito que iriam seguir para Pyongyang dois elefantes, duas girafas, dois facoceros (espécie de porco do mato), duas zebras e dois daimões das rochas, mas informações recolhidas pelos conservacionaistas crêem que serão muito mais do que esses, pelo que têm vindo a falar de uma autêntica “Arca de Noé”.

Um dos que já morreu de stress, por ter deixado de andar à solta, no Parque Nacional Hwange, desde há dois meses, foi uma girafa, disse ao PÚBLICO o coordenador da Zimbabwe Conservation Task Force, Johnny Rodrigues, de 61 anos, nascido na ilha da Madeira mas que foi em pequeno para África, com a família, que se radicou na então Rodésia.

Algumas das versões que têm vindo na imprensa internacional é que esta amostra de muitas das 48 espécies do Parque Nacional Hwange vai ser uma oferta do Presidente Robert Mugabe ao seu homólogo norte-coreano, Kim Jong-il; mas a direcção dos Parques Nacionais prefere falar de uma transacção comercial, pagando a Coreia do Norte pelo que vai receber.

“Não creio que os animais sobrevivam naquele país, porque é muito frio e eles estão habituados a viver num clima muito quente. Além de que deixam de andar à solta na savana africana para serem mantidos em cativeiro num zoo, para o resto da vida”, afirmou Rodrigues, segundo o qual se trata de uma transferência “muito cruel”.

Aquele descendente de portugueses contou ao PÚBLICO já ter sido avisado de que “se encontra em sarilhos” por ter dado a conhecer esta operação de fazer viajar para o Extremo Oriente toda uma vasta gama de animais africanos, incluindo dois elefantes de apenas 18 meses, idade considerada precoce para que sejam afastados das mães.

Fonte do Jardim Zoológico de Lisboa consultada pelo PÚBLICO reconheceu “ser sempre um risco” uma viagem de cerca de 11.000 quilómetros para uma série de espécies, tudo dependendo das condições da mesma e da espécie de instalações que estiverem preparadas para receber os animais em questão.

Fonte: Publico.pt

0 comentários:

Enviar um comentário