As espécies foram descobertas por uma equipa internacional que participava, no final de 2008, no projecto Rapid Assessment Program (RAP) da Conservation International. Durante cerca de três semanas, enfrentando chuvas torrenciais e enxurradas, os biólogos avaliaram o valor daquelas regiões montanhosas remotas, desde a povoação Kwerba, no sopé da montanha, até uma altitude de 2200 metros.
Entre as novas espécies encontradas está um sapo das árvores com um “nariz” pontiagudo (Litoria sp. nov.). A protuberância deste anfíbio inclina-se para cima quando o macho está mais activo, uma particularidade que os cientistas dizem estar interessados em estudar. “Esta foi uma feliz descoberta acidental, quando o herpetólogo Paul Oliver encontrou um destes sapos em cima de um saco de arroz no acampamento”, explica a Conservation International em comunicado.
Outras descobertas incluem um novo morcego (Syconycteris sp. nov), que se alimenta de néctar das florestas tropicais, um pequeno rato das árvores (Pogonomy sp. nov.), uma borboleta branca e preta (Ideopsis fojana) e um arbusto (Ardisia hymenandroides).
Os cientistas encontraram também um pequeno canguru (Dorcopsulus sp. nov.) e captaram as primeiras imagens de um outro marsupial extremamente raro (Dendrolagus pulcherrimus), criticamente ameaçado pela caça em outras regiões da Nova Guiné.
“Talvez a maior surpresa da expedição tenha surgido quando o ornitólogo Neville Kemp avistou um casal de pombos imperiais (Ducula sp. nov.)”, acrescenta a organização. Os biólogos acreditam que as aves façam parte de uma população com muito poucos indivíduos.
“Numa altura em que animais e plantas desaparecem por todo o planeta a um ritmo nunca visto nos últimos milhões de anos, a descoberta destas formas de vida absolutamente incríveis é, claramente, uma notícia positiva”, comentou Bruce Beehler, investigador da Conservation International que participou na expedição às montanhas Foja. “Lugares como este representam um futuro saudável para todos nós e mostra que ainda não é demasiado tarde para travar a actual crise de extinção de espécies”, acrescentou.
A expedição – apoiada ainda pela Smithsonian Institution e pelo Instituto indonésio das Ciências -, marcou o regresso àquelas montanhas, região reconhecida pelos cientistas pela sua riqueza em biodiversidade, graças ao “seu relativo isolamento, elevação e ambiente tropical”. A primeira expedição às montanhas Foja aconteceu em 2005.
A Conservation International espera agora que estas informações encorajem o Governo da Indonésia a proteger a região, a longo prazo. Hoje está classificada como santuário para a vida selvagem.
Fonte: Publico.pt
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