“A UNESCO tem uma iniciativa para salientar e premiar os parques de preservação da biodiversidade e de habitats naturais. Portugal já candidatou vários locais, vários ecossistemas, e este é o último”, afirmou.
O primeiro foi no Ribatejo, o Paul do Boquilobo, na junção do Almonda com o Tejo, e tem outros três nos Açores: Graciosa, Flores e Corvo.
No ano passado foi seleccionada a candidatura a reserva mundial da biosfera do Parque Luso-Galaico Gerês/Xurés, coberto pelo Parque Natural Peneda-Gerês e Parque espanhol do Baixo/Límia.
Dulce Pássaro afirmou ter combinado com a ministra espanhola receberem juntas amanhã o diploma, uma vez que a candidatura foi conjunta. O diploma será entregue numa cerimónia que decorrerá em Ourense, Espanha.
À espera de decisão da UNESCO está a candidatura apresentada por Portugal das Berlengas, em Peniche. “As Berlengas foram candidatas. Foram sugeridas algumas reformulações na candidatura, que estão a ser processadas. As Berlengas estão a fazer caminho para ser classificadas também pela UNESCO”, acrescentou.
Relativamente à legislação em vigor para travar a perda da biodiversidade, nomeadamente a directiva Aves e a directiva Habitats, a ministra considera que o que foi feito “não foi suficiente”.
“Os objectivos definidos a nível comunitário não foram atingidos em 2010. O que se tem estado a discutir em Bruxelas é estabelecer-se um sistema de objectivos quantitativos e de indicadores de avaliação. Em vez de como até aqui haver recomendações, haver obrigação de fazer demarcação de áreas e identificação de sítios, vamos adoptar métodos mais facilmente avaliáveis”, acrescentou.
No que respeita a possíveis constrangimentos provocados pela crise económica, Dulce Pássaro afirmou que algumas iniciativas previstas serão comprometidas, mas essencialmente no que respeita à realização de alguns estudos.
“Relativamente a projectos candidatos a fundos comunitários, que têm que ter contrapartida nacional assegurada pela componente de investimento do Orçamento de Estado, nós aí não temos previsto alterar nada, consideramos prioritário o investimento”, especificou.
Para Dulce Pássaro, a sensibilização da população em geral sobre as questões da biodiversidade é fundamental e um dos grandes desafios para o futuro e sobretudo para este ano.
“O grande desafio está nas questões da biodiversidade passarem para o discurso e para a área de preocupação dos cidadãos. Não podem ser geridas pela comunidade técnica. As pessoas têm que entender que ao preservar a biodiversidade estão a preservar um bem público e a preservação das espécies no futuro”, disse ainda a governante.
Fonte: LUSA
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