Os investimentos e os projectos petrolíferos offshore devem continuar, apesar do acidente e da maré negra no Golfo do México, defendeu hoje Steve Westwell, responsável da petrolífera britânica BP, em nome do seu CEO Tony Hayward.
“Seria um erro grave criar um ambiente que impossibilite os investimentos em águas profundas”, considerou ao intervir no Congresso Mundial das Companhias Petrolíferas, esta manhã em Londres.
Inicialmente, seria Hayward, director-geral da BP, a discursar mas este preferiu dar a palavra ao colega. A empresa justifica a substituição com a declaração de que Hayward está totalmente dedicado à limpeza da maré negra, depois de ter sido surpreendido no sábado passado a assistir a uma regata de luxo na ilha de Wight, no Sul de Inglaterra.
Para Steve Westwell, os poços petrolíferos no mar têm um papel crucial no abastecimento mundial de energia. “A maré negra é um duro golpe para a BP numa região-chave. Mas a BP vai continuar a fornecer energia ao mundo”, garantiu.
Insistindo na necessidade de rever os procedimentos de segurança, Westwell considerou que a probabilidade de um novo acidente como o que aconteceu a 22 de Abril na plataforma Deepwater Horizon é “muito reduzida”. “Foi um acidente complexo, causado por uma combinação sem precedentes de erros humanos, de procedimentos, de sistemas e de equipamentos”, considerou.
Quando Steve Westwell começou a ler o seu discurso, uma activista da organização ecologista internacional Greenpeace levantou-se entre a assistência e apelou ao “fim da idade do petróleo”. A jovem foi levada pelos seguranças. Outros activistas ergueram um cartaz com o logótipo da BP sujo com tinta preta.
Dadas as fortes críticas à forma como Tony Hayward tem gerido a crise, Westwell revelou que a partir de agora será uma equipa gerida por Bob Dudley, veterano da BP na Rússia, a responsável pela resposta à maré negra. Hayward continuará a ter o controlo global mas terá menos intervenção no terreno, explicou.
Prolongamento ou suspensão da moratória à exploração petrolífera decidido amanhã
Mais de dez companhias envolvidas na exploração petrolífera offshore apresentaram queixa num tribunal norte-americano contra a moratória de seis meses imposta pela administração Obama, a 27 de Maio, na sequência da pior maré negra da história dos Estados Unidos. A moratória conduziu ao encerramento de 33 plataformas petrolíferas.
Amanhã, o juiz Martin Feldman vai decidir se suspende temporariamente aquela proibição, que as companhias petrolíferas consideram “arbitrária e caprichosa” e que, dizem, vai levar a despedimentos.
A administração Obama argumenta que a moratória é necessária para evitar mais acidentes, enquanto uma comissão presidencial investiga o que causou a explosão na plataforma.
Ontem, a Agência de Meteorologia norte-americana (NOAA), alargou a área onde a pesca é proibida de 33 para 36 por cento das águas federais no Golfo do México.
Fonte: Publico.pt
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