sexta-feira, 16 de julho de 2010

Museu do Douro abre-se amanhã ao debate sobre barragens na Região


O tópico de debate não é recente mas a expectativa dos organizadores é que a discussão possa trazer novos desenlaces no processo de construção das barragens do Tua e Sabor. A iniciativa resulta das discussões internas de um blogue activo há cerca de sete anos, o “Nortadas”, que quer agora sair da blogosfera e tornar a discussão pública. Francisco Vellozo Ferreira, o moderador do debate que amanhã se realiza no Museu do Douro, na Régua, confessa sentir “pouca discussão séria sobre o tema” que o preocupa.

Terá sido este o principal estímulo de Vellozo Ferreira para o contacto com académicos e um leque de pessoas com as quais seja possível “aprender e discutir” as implicações ambientais da construção das barragens na zona em questão. Estudar soluções energéticas e permitir à EDP que apresente os seus interesses é o mote de debate do encontro, marcado para as 10h00. Para este advogado, trata-se de assunto “efervescente na agenda mundial” com “interesses conflituantes”. Acredita ser ainda possível recuar na questão do Tua, pelo estado ainda “indefinido” do processo, já a fase mais avançada da barragem no Sabor – implantada num dos últimos rios selvagens da Europa - não lhe garante tanta segurança.

Dos engenheiros ambientais presentes, Vellozo Ferreira destaca o especialista em energia nuclear, Sampaio Nunes, um dos opositores ao Plano Nacional de Barragens, Joanaz de Melo, um “profundo conhecedor” dos impactos ambientais, Rui Cortes, e o docente da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Álvaro Domingues, especialista em Ordenamento do Território. Entre outros nomes confirmados está garantida a presença de representantes da EDP.

Apesar do cerne da questão ser o Tua e o Sabor, para Vellozo Ferreira a discussão é muito mais abrangente por levantar, também, questões como a da importância da regionalização, face ao tão propalado de interesse nacional destas obras. Com expectativas “altíssimas”, Vellozo Ferreira confessa ser “gratificante” contar com a disponibilidade imediata dos académicos presentes na mesa redonda com lugar no Museu do Douro.

Fonte: Publico.pt

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