"Ainda não temos a verdadeira noção da área ardida, porque neste momento o que nos preocupa é combater o incêndio, mas é provável que mais de metade da mata já tenha ardido", disse, à Lusa, Lagido Domingos.
Segundo o director do PNPG, o incêndio lavra desde sexta feira e continua por extinguir, "porque o combate às chamas naquela zona é muito complicado".
"Têm andado lá os sapadores florestais os GIPS (grupos de intervenção, protecção e socorro) da GNR, apoiados por meios aéreos, mas infelizmente o resultado não tem sido grande coisa. É preciso que se perceba que não é nada fácil combater o fogo naquele vale encaixado", reconheceu.
"O que me dizem, da Autoridade Nacional de Protecção Civil, é que o combate tem de ser feito por pessoal muito especializado e que conheça muito bem a zona", acrescentou.
A Mata do Cabril é constituída principalmente por um carvalhal, embora também existam azevinhais na zona da cabeceira e uma galeria ripícola junto ao rio.
"Muitas destas espécies têm uma idade muito avançada e algumas acabaram por se perder com este incêndio", disse ainda Lagido Domingos.
O dirigente da Quercus João Branco disse hoje, à Lusa, que já ardeu "mais de metade" da Mata do Cabril e criticou a alegada "fraca mobilização" de meios para o combate às chamas.
"Hoje, por exemplo, só lá está o pessoal do PNGP, sem a ajuda de qualquer bombeiro. Isto é inadmissível, quando está em causa uma mata que, pela sua riqueza, goza do mais alto estatuto de protecção", referiu João Branco.
Lagido Domingos explicou que foi apenas uma situação pontualíssima, porque o pessoal que tem estado no combate às chamas "estava extenuado", mas garantiu que estão a caminho para o local uma equipa de sapadores e um grupo de bombeiros.
"O problema é que aquele é um local muito difícil", rematou, mostrando-se esperançado que o aumento da humidade e a descida da temperatura possam ser decisivos para a extinção das chamas.
Fonte: Diário de Notícias
0 comentários:
Enviar um comentário