Investigadores norte-americanos criaram um banco de células de corais congeladas, na esperança de evitar a extinção e de preservar a diversidade dos corais do Havai, foi revelado esta semana.
O Instituto de Biologia Marinha da Universidade do Havai, em Manoa, e os serviços zoológicos do Smithsonian Institution, de Washington, instalaram um laboratório na ilha havaiana de Coconut, onde as primeiras células do coral Fungia scutaria e do Montipora capitata foram congeladas. Mas isto é só o princípio. Os investigadores esperam conseguir fazer o mesmo para outras espécies.
“As células de coral congeladas são viáveis. Poderemos, em teoria, descongelar o material dentro de 50 ou mil anos e assim recrear uma espécie ou desenvolver uma população” de corais, explicou, em comunicado, Mary Hagedorn, investigadora no Instituto de Conservação Biológica do Smithsonian Institution.
“Na verdade, já descongelámos amostras de esperma de coral com o objectivo de utilizá-las para fertilizar ovos de corais e produzir larvas de coral”, explicou. Os corais são classificados como animais.
Os recifes de coral são ecossistemas vivos e dinâmicos que actuam como local de criação de peixes e invertebrados, fornecem protecções naturais às zonas costeiras e podem conter substâncias com capacidades medicinais.
No entanto, “os recifes de coral estão a sofrer níveis de degradação sem precedentes, devido ao impacto dos humanos”, escrevem os investigadores. “As emissões de gases com efeito de estufa estão a aquecer os oceanos, tornando-os mais ácidos e causando “stress” aos corais e o efeito de branqueamento”, acrescentam.
Os recifes do Havai estão a ser afectados pela poluição e por práticas pesqueiras muito intensivas, como a utilização de dinamite e pesca de arrasto. “A menos que se actue agora, os recifes de coral e muitos dos animais que deles dependem podem desaparecer dentro de 40 anos, causando a primeira extinção global de um ecossistema no planeta”, alertam.
“Este trabalho salienta a importância da ciência para desenvolver soluções criativas para enfrentar problemas de conservação”, comentou Steve Monfort, director do Smithsonian Conservation Biology Institute.
Fonte: Publico.pt
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