Conservation International lança missões em 18 países da América Latina, África e Ásia, que durante dois meses vão procurar anfíbios que não são vistos há anos. Cerca de cem espécies estão na mira dos cientistas.
Símbolo do declínio rápido que afecta os anfíbios em todo o mundo, o sapo-dourado (Incilius periglenes) foi avistado pela última vez em 1989, na Costa Rica, onde foi descoberto, em 1966. Depois de ter tido populações numerosas e saudáveis naquele país, o sapo-dourado desapareceu de um momento para o outro. Mas estará extinto? E o Atelopus balios, outra espécie de sapo amarelado às pintas, endémico do Equador e que não é visto desde 1995?
Como estas duas espécies de anfíbios há muitas outras que parecem ter desaparecido da face da Terra. Mas há quem acredite que ainda existem exemplares dessas espécies na natureza. Para o verificar, a organização Consevation International (CI) promove uma série de missões no terreno em 18 países da América Latina, de África e da Ásia, que durante os próximos dois meses vão em busca dessas rãs perdidas.
Robin Moore, que coordena esta acção na Conservation International tem razões para acreditar que as equipas no terreno poderão ter sorte. Ele próprio integrou uma equipa que há dois anos "redescobriu" no Equador uma rã-arlequim, que ninguém via há 12 anos.
Mas esse nem foi caso único. Na Colômbia, em 2006, sucedeu algo semelhante com outra espécie, a Atelopus ebenoides marinkellei, ou rã-pintada, que tinha desaparecido em 1995, nos Andes, mas que um grupo de biólogos voltou a avistar naquelas paragens.
"Redescobrir espécies que se pensava terem desaparecido é um fantástico antídoto contra a visão de charcos cheios de rãs mortas", afirma Robin Moore num comunicado da CI. E se essas rãs forem encontradas poderão ser objecto de medidas de protecção.
Das 6000 espécies de anfíbios existentes, um terço está em risco de extinção e metade em declínio devido a perda de habitat, poluição ou doenças.
Símbolo: De nome científico Incilius periglenes, esta espécie foi descoberta em 1966 na Costa Rica. As suas populações foram diminuindo e em 1989 foi avistado um único macho solitário. Desde então nunca mais foi visto. As alterações climáticas foram apontadas como hipótese para explicar o seu desaparecimento. Se agora for encontrado será uma excelente notícia.
Malásia: Ansonia latidisca foi vista duas vezes. Não há fotos dela
Venezuela: A Atelopus sorianoi não é encontrada já há 20 anos
Israel: Discoglossus nigriventer só apareceu em 1955
Equador: A Atelopus balios deixou de ser avistada em 1995
Fonte: Diário de Notícias
>> Notícias relacionadas: http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1450760
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário