sábado, 14 de agosto de 2010

Tartaruga devolvida à natureza já fez mais de dez mil quilómetros no Atlântico


A viagem da tartaruga-comum Calantha, devolvida à natureza em Setembro depois de ter estado 25 anos aos cuidados humanos, atingiu hoje os 10.033 quilómetros, num percurso de travessia do oceano Atlântico.

De acordo com os dados disponibilizados por um transmissor colocado na carapaça, a Calantha (Caretta caretta) está agora a aproximar-se da República Dominicana. Segundo o Zoomarine, entidade que reabilitou a tartaruga, o seu “destino parece já estar definido”, mas “para a equipa do Zoomarine continua a ser uma incógnita”. Ainda assim, os dados recolhidos com a ajuda de satélites, são essenciais para avaliar o “sucesso da operação e da adaptação, ou não, destes répteis marinhos ao Oceano, do qual estiveram afastados tantos anos”, explica o Zoomarine.

Calantha passou 25 anos no Aquário Vasco da Gama, em Lisboa. A 13 de Outubro de 2005 foi transferida para o Porto d’Abrigo, Centro de Reabilitação de Espécies Marinhas do Zoomarine, a fim de ser preparada para ser devolvida à natureza. Quando chegou pesava 115 quilos; ao ser libertada pesava 128,5 quilos.

A 30 de Setembro do ano passado, o Zoomarine, o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) e a Marinha Portuguesa devolveram a Calantha ao mar, juntamente com outras duas tartarugas, a Cat e a Tartaruga, ambas tartarugas verdes (Chelonia mydas). Desde então, a sua viagem tem vindo a ser seguida, no âmbito de um projecto que deverá durar mais cerca de sete meses, num investimento superior a 15 mil euros, assegurado pelo Zoomarine. A Tartaruga está ao largo de África. Os últimos dados sobre a Cat datam de 27 de Março deste ano.

A espécie Caretta caretta, de migração ampla, tem uma vasta distribuição em todos os oceanos mas está classificada como Em Perigo, no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, especialmente por causa das ameaças às praias de nidificação, como a captura de ovos e a urbanização intensiva. Nas águas portuguesas ocorrem maioritariamente juvenis e a maior ameaça é a captura acidental por artes de pesca.

Fonte: Publico.pt

0 comentários:

Enviar um comentário