XVIII Encontro Nacional
de Vigilantes da Natureza - XII Jornadas Técnicas
Monitorização
Ambiental, de Espécies e Habitats
Vigilantes da Natureza 40 anos ao serviço da Conservação da Natureza
As Jornadas
Técnicas realizaram-se com a participação activa de todos os presentes, abrindo
novas expectativas, novos horizontes, tendo propiciado um diálogo crítico,
criativo e construtivo sobre os temas abordados.
Evidenciou-se um
grande interesse em relação às temáticas tratadas, existindo uma
consciencialização dos perigos que a poluição e a degradação ambiental
constituem para a Conservação da Natureza.
Existe um
entendimento generalizado da necessidade de proteger os elementos naturais,
recursos de inestimável importância para a preservação da vida na terra.
Concluiu-se que
a variedade climática e hidrológica existente em Portugal determina a
existência de ecossistemas com condições físico-químicas e geológicas
singulares e com importantes componentes de flora e fauna.
O crescente
aumento das pressões ambientais derivadas de numerosas fontes como as
alterações climáticas, a contaminação dos solos, a proliferação de espécies
invasoras, a perda e fragmentação de habitats e a poluição dos nossos recursos
hídricos atingem valores preocupantes.
A monitorização
ambiental, de espécies e habitats, resulta da recolha periódica e organizada de
dados recolhidos, seguida de uma análise sistemática da informação reunida.
Esta informação permite-nos a obtenção de mais conhecimentos sobre a
Biodiversidade, através de inventários de fauna e flora o que poderá
proporcionar a definição de áreas prioritárias para a conservação da natureza, a
formação de novas áreas classificadas e de corredores ecológicos.
Nestes últimos
40 anos muita coisa mudou na Conservação da Natureza em Portugal.
A rede nacional
de áreas protegidas, as competências e atribuições das entidades com
responsabilidades na Conservação da Natureza mudaram muito desde 1975.
Modificaram-se
as responsabilidades e compromissos internacionais. Mudou o Mundo em que
vivemos.
Alterou-se a
tomada de consciência sobre a importância e os comprometimentos que se colocam
à sociedade relativamente à Conservação da Natureza.
As entidades com
competências na área do ambiente cresceram, ganharam territórios e mais
atribuições.
Dos 188 Vigilantes
da Natureza existentes no ICN (Instituto da Conservação da Natureza) em 1999
restam 120 em 2015, para fiscalizar 21,7% do país, enquanto o restante
território nacional é fiscalizado por 56 Vigilantes da Natureza das CCDR
(Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional) e APA (Agência Portuguesa
do Ambiente).
A conservação do
Património Natural, da Biodiversidade e da Paisagem são o garante da
preservação de uma parte estruturante da nossa Identidade Nacional.
As Áreas
Classificadas, o Parque Nacional, os Parques Naturais, as Reservas Naturais e o
património natural fazem parte da nossa herança colectiva, sendo a escassez de
Vigilantes da Natureza uma das grandes ameaças que enfrentam.
Apesar das
dificuldades que os Vigilantes da Natureza sempre encararam, consideramos
existirem razões para festejar os 40 anos de existência da profissão.
Os Vigilantes da
Natureza têm como missão a preservação das Áreas Naturais e a protecção do Meio
Ambiente.
Estes
profissionais são a peça vital para a protecção da Natureza devido ao seu
conhecimento do terreno e dos habitats, sendo o reconhecimento da sua missão
por parte das populações uma mais-valia para a resolução de muitos dos
problemas que afectam o meio ambiente.
O Dia Nacional
do Vigilante da Natureza é um dia dedicado ao reconhecimento do árduo trabalho
a que estes profissionais se dedicam de corpo e alma, suportando as
inclemências do tempo e da natureza, enfrentando com coragem a sua missão de
salvaguarda do Ambiente.
O Dia Nacional
do Vigilante da Natureza é um dia de esperança de um futuro melhor para a
profissão e para a preservação da Natureza!
Cronologia do
evento:
A
sessão de abertura do XVIII Encontro Nacional de Vigilantes da Natureza - XII Jornadas
Técnicas realizou-se com o discurso de Boas Vindas do Presidente da APGVN –
Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza, Francisco Correia, e
do Doutor Nuno Grade, Chefe de Divisão
de Gestão Operacional e Fiscalização (DGOF) do Departamento de Conservação da
Natureza e Florestas do Algarve.
O Presidente da
APGVN efectuou a leitura da mensagem de saudações enviada pela Direcção
Nacional da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções
Públicas e Sociais.
Deu-se início às
palestras!
A primeira
apresentação esteve a cargo dos Vigilantes da Natureza Paulo Cabrita –
“Monitorização do Plantago almogravensis
no PNSACV”, Pedro Alverca “Monitorização do Falcão Peregrino Falco Peregrinus no PNSACV” e Vitor
Casalinho “Gralha-de-Bico-Vermelho”.
O Vigilante da
Natureza João Correia apresentou a palestra denominada “A Perdiz-do-Mar no
Estuário do Tejo”.
“Monitorizações
realizadas no PNVG – Parque Natural do Vale do Guadiana” foi a apresentação
efetuada pelas Vigilantes da Natureza Célia Medeiros e Eunice Pereira.
O Vigilante da
Natureza António Frazão apresentou o tema “Monitorização da Perdiz-Vermelha no
Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros”.
A Doutora Ana
Cordeiro expôs o tema “Monitorização de impactes de um parque eólico na
avifauna e implementação de um plano de medidas de mitigação e compensação”.
O Doutor João
Castro, da Universidade de Évora, apresentou o tema “Estudo do percebe e das
áreas de reserva marinha do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa
Vicentina”.
O Doutor José
Lino Costa, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, efetuou uma
apresentação denominada “Os peixes no estuário do Mira”.
A Doutora Rita
Alcazar, da LPN - Liga para a Proteção da Natureza, apresentou o tema “Charcos
mediterrânicos temporários”.
Realizou-se a
homenagem ao Vigilante da Natureza António João Severo pela sua dedicação à
profissão e à Conservação da Natureza. É com muito orgulho que temos como
companheiro este profissional que prestou com grande empenho e devoção a sua
missão de protector da Natureza. O nosso muito obrigado por seres Vigilante da
Natureza!
Após o jantar os
participantes no XVIII Encontro Nacional de Vigilantes da Natureza foram
brindados com a magnífica actuação do Grupo Coral de Vila Nova de Mil Fontes
que elevou o Cante Alentejano à sua máxima expressão. O Vigilante da Natureza
David Carvalho encantou todos os presentes com a demonstração dos seus dotes de
executante do Cante Alentejano.
No Dia 2 de
Fevereiro, realizou-se a Sessão Comemorativa do Dia Nacional do Vigilante da
Natureza e do Dia Mundial das Zonas Húmidas, com a abertura do evento a ser
efectuada pela Engenheira Paula Sarmento, Presidente do ICNF – Instituto da
Conservação da Natureza e Florestas, seguida do comunicação do Presidente da
APGVN – Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza e por último
a explanação do Doutor José Alberto Guerreiro, Presidente da Câmara Municipal
de Odemira.
O presidente da
APGVN fez uma retrospectiva dos 40 anos da profissão de Vigilante da Natureza
em Portugal.
O Doutor João
Carlos Farinha, Chefe de Divisão de Valorização de Áreas Classificadas (DVAC)
do ICNF, fez uma breve referência ao Dia Mundial das Zonas Húmidas e efectuou a
apresentação do projecto “Natural.pt”.
Terminando a
Sessão Comemorativa com a apresentação da Professora Doutora Helena Adão, da
Universidade de Évora, abordando o tema “O Estuário do Mira”.
Seguiu-se o
Almoço Comemorativo do Dia Nacional do Vigilante da Natureza e de seguida a
saída de campo a um charco mediterrânico, acompanhada por Cientistas da
Universidade de Évora.
Terminando o evento com a visita ao Cabo Sardão.
APGVN