segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Curso de Identificação de Peixes dos Ecossistemas Fluviais


6ª Edição do Curso de Identificação de Peixes dos Ecossistemas Fluviais de Portugal, de 9 a 13 de Outubro em Lisboa.

O Curso de Identificação de Peixes dos Ecossistemas Fluviais de Portugal realiza-se anualmente no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, lecionado pelos maiores especialistas nacionais dos diferentes grupos de peixes.
Os peixes dulciaquícolas e migradores constituem o grupo de vertebrados mais ameaçados de Portugal, havendo uma enorme falta de conhecimento essencial para a conservação deste grupo. De referir que não existem quaisquer guias de identificação das diferentes espécies em Portugal, que este grupo tem sido alvo de constantes revisões taxonómicas, de actualizações das áreas de distribuição das diferentes espécies e invasões de novas espécies em Portugal.
 Nas edições anteriores no Curso de Identificação de Peixes já participaram cerca de 90 formandos de diferentes Universidades, Institutos, Empresas de Consultoria e Câmaras Municipais. A avaliação dos alunos tem sido excelente, com elevado nível de satisfação. Por exemplo, a avaliação global do curso pelos alunos tem uma avaliação 4.78 (no máximo de 5), considerando a avaliação realizada por 89 formandos.
 Este curso intensivo, com duração de uma semana, tem como objetivo aprofundar o conhecimento sobre as comunidades de peixes existentes nos ecossistemas fluviais Portugueses. O curso tem uma forte componente prática, formando os participantes para conhecer e aprender a identificar as 65 espécies nativas e exóticas encontradas nos nossos rios e barragens. Os participantes terão uma saída de campo aprendendo várias técnicas de amostragem e uma visita ao Fluviário de Mora.

 Mais informação aqui:
 https://sites.google.com/site/cursopeixesfluviais/

 Email de contacto: cursopeixes2014@gmail.com

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Campismo selvagem não é o mesmo que selvajaria


Campismo selvagem 
Sempre associei o campismo selvagem às pessoas que amam a Natureza e adoram viver momentos únicos em locais de grande beleza. Considerava estes campistas como uns verdadeiros ecologistas, que viviam na Natureza sem o conforto a que estamos habituados a usufruir no dia a dia!
Pura ilusão! Enorme desilusão! 
Ao percorrer a costa portuguesa deparei com imensos campistas selvagens, que praticam autênticos actos de selvajaria, por onde passam deixam um rasto de destruição e de imundice, brinda-nos com montanhas de lixo, muitos com algum requinte, o que demonstra o seu alto civismo, pasmem! Alguns dos inúmeros sacos cheios de lixo que deixam no local onde pernoitaram estão atados, o que demonstra a sua enorme preocupação ambiental e o enorme gosto pela Natureza, devem pensar que alguém tem a obrigação de recolher o seu lixo porque ele como campista selvagem tem uma imagem a manter, ou seja, praticar selvajaria!
Quando os Vigilantes da Natureza deparam com os campistas selvagens, os verdadeiros, estes compreendem que não é permitido acampar em espaços selvagens e saem livremente e com a preocupação de não deixarem vestígios da sua presença, quando deparam com os praticantes de selvajaria a situação fica mas complicada para além de não acatarem o que lhes é pedido, ainda consideram normal deixarem espalhado o lixo que produziram. Para além disso consideram a contraordenação uma afronta aos seus direitos cívicos. Como a maioria destes cidadãos são estrangeiros o pagamento da coima nunca é efetuado, com os nacionais acontece precisamente o mesmo devido à demora da instrução dos processos, motivado pelo escasso número de juristas a desempenhar funções no ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
Está na altura da situação mudar, quem ama a Natureza sabe respeita-la e sabe que a sua liberdade termina quando as suas  acções prejudicam os outros cidadãos e o equilíbrio existente na vida selvagem.
APGVN




sexta-feira, 15 de setembro de 2017

São tão poucos e fazem tanto pela Natureza!


Os 118 Vigilantes da Natureza a desempenhar funções no ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, efetuam vigilância, fiscalização e monitorização na RNAP - Rede Nacional de Áreas Protegidas, em território continental, que ocupa uma área de 791 895,1 ha, contabilizando área marinha (53 621,3 ha) e área terrestre, o que representa cerca de 8% da área total do nosso território continental.

Os Vigilantes da Natureza exercem na sua atividade diária fiscalização no âmbito da Rede Natura 2000 em Portugal continental, num território que totaliza 39 781,00 Km².
A área classificada por estes dois regimes totaliza cerca de 22% do território terrestre continental. A este valor acrescem cerca de 2 940 893 hectares de área marinha classificada e 530 mil hectares dos Perímetros florestais, aos quais devemos somar  20.000 km2 do território onde os Vigilantes da Natureza efetuam a avaliação de prejuízos atribuídos ao lobo.

Tabela com o número de Vigilantes da Natureza do ICNF ao longo dos anos:
ANO
VIGILANTES DA NATUREZA ICNF
1988
134
1995
154
1999
188
2002
155
2004
147
2013
122
2017
118

O cenário de falta de Vigilantes da Natureza é tão grave que na APA - Agência Portuguesa do Ambiente exercem funções apenas 27 Vigilantes da Natureza e nas CCDR - Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional existem somente 13 Vigilantes da Natureza. Estes Vigilantes da Natureza exercem funções em todo o território nacional, APA I.P., enquanto autoridade Nacional para os Resíduos e Recursos Hídricos entre outros e nas CCDR’s com competência regional ao nível de resíduos, e ordenamento do território.
Nas Regiões Autónomas os valorosos Vigilantes da Natureza são em número muito escasso, na Madeira o efetivo é constituído por 38 profissionais e nos Açores por somente 33.
Os Vigilantes da Natureza são sem qualquer tipo de dúvida um pilar fundamental não só para a Conservação da Natureza, mas também para o desenvolvimento sustentável das regiões, principalmente no âmbito ecológico, económico e social, com o seu contributo rompeu-se com o anterior paradigma de gestão das áreas protegidas onde se defendia a ideia de isolamento dos locais a proteger e de interdição às atividades humanas. Devido à sua ação e cooperação com as populações, estas sentem-se mais próximas do património natural e cultural, sendo cada vez mais evidente o seu papel como agentes educadores da sociedade.


APGVN

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

O Presidente da ERF – European Ranger Federation em Portugal


Frank Gruetz estará em Portugal na Conferência da EUROPARC de 06 a 10 de setembro de 2017.
A Federação EUROPARC é a rede para o património natural e cultural da Europa. Fundada em Basileia, no ano de 1973, o seu trabalho tem por base a melhoria da gestão das Áreas Protegidas na Europa através da cooperação internacional, o intercâmbio de ideias e experiências, e influenciando a política.
Com sede em Regensburg (Alemanha), escritório em Bruxelas (Bélgica) e com membros ativos e seções em toda a Europa, a EUROPARC procura apoiar os seus membros na conservação das Áreas Protegidas europeias. A Federação EUROPARC dedica-se à conservação da natureza e ao desenvolvimento sustentável da biodiversidade da Europa, promovendo a paisagem holística nas diversas abordagens da sua gestão.
Muitos projetos e programas foram implementados e concluídos desde que a Federação EUROPARC iniciou a sua atividade. A Federação tem contribuído significativamente para aumentar a consciência pública sobre Áreas Protegidas e estimular políticas europeias de conservação da natureza.
Atualmente, a EUROPARC representa centenas de entidades responsáveis e milhares de Áreas Protegidas em 36 países, e é reconhecida em todo o mundo como uma rede profissional de Áreas Protegidas europeias. A EUROPARC está atenta aos desafios atuais e futuros que a natureza enfrenta e todos têm uma palavra a dizer.
A Conferência EUROPARC é um evento europeu com um enfoque internacional, que reúne vários especialistas em torno de questões temáticas relacionadas com a conservação da natureza e do património cultural, bem como a gestão sustentável de todas as atividades dentro de áreas protegidas e classificadas. O evento acontece em Portugal, de 6 a 10 de setembro, numa área geográfica de enorme valor ambiental e cultural, composto por Arouca, Castelo de Paiva, Castro Daire, Cinfães, S. Pedro do Sul, Sever do Vouga e Vale de Cambra.
O tema para o evento é Novas Vozes, Novas Visões, Novos Valores para as Pessoas e Natureza na Europa e irá centrar o debate sobre o papel das áreas protegidas como territórios modelo para promover um desenvolvimento socialmente mais inclusivo, ambientalmente saudável e economicamente justo para todos.

O nosso Presidente estará como moderador no Workshop intitulado: OS NOVOS “RANGERS” DOS PARQUES – DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS PARA EQUIPAS DE VIGILANTES DA NATUREZA MAIS EFICAZES

Por todo o mundo, os Park Rangers (Vigilantes da Natureza) aparecem na linha da frente no que diz respeito à conservação da natureza. Eles são o rosto e os embaixadores dos seus Parques junto do público. A variedade de tarefas e deveres dos Park Rangers é muito ampla, desde patrulhar e manter a ordem até à educação ambiental, monitorização da fauna selvagem e gestão dos recursos. Tal como as tarefas dos Park Rangers na Europa que são bastante amplas, também os programas de formação dos Park Rangers nos diferentes países da Europa vão variando. Iremos examinar alguns programas de formação para Park Rangers e abordagens na Europa, realçando as competências e standards necessários para um “novo” Park Ranger.

APGVN

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Uns têm quase tudo e outros praticamente nada!


A recuperação dos animais selvagens feridos ou debilitados tem como finalidade principal contribuir para a Conservação da Natureza.
Muitas vezes cidadãos responsáveis e conscientes encontram animais selvagens feridos ou debilitados e não sabem exatamente o que fazer, a primeira reação é procurar na internet por entidades que possam auxiliar. Algumas das Organização Governamentais ligadas ao Ambiente e as próprias Organizações Não-governamentais de Ambiente aconselham as pessoas a contactar ou com a GNR ou com o ICNF, no entanto os cidadãos desesperam com a quantidade de telefonemas que têm que efetuar para falar com o serviço responsável e muitas vezes ou não conseguem contactar com ninguém, principalmente ao fim de semana quando ligam para o ICNF (só os Vigilantes da Natureza trabalham ao fim de semana e como estão no terreno ninguém atende na sede), ou obtêm uma resposta negativa por parte da GNR se o animal ferido ou debilitado não pertencer a uma espécie ameaçada. A resposta mais comum por parte dos serviços da GNR é que “esse procedimento é da responsabilidade dos Vigilantes da Natureza”, o que para nós é motivo de orgulho!
A solução que muitos dos cidadãos encontram é ligar para a APGVN - Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza, que é uma associação profissional e de defesa do ambiente, que nunca se nega a ajudar! São inúmeros os lamentos dos cidadãos, que indignados declaram não compreender a posição da GNR em se recusar a efetuar a recolha de animais de espécies não ameaçadas, ou seja, o que não é notícia!
Atenção não somos nós, Vigilantes da Natureza, que o afirmamos, são os factos incontornáveis e as dezenas de telefonemas que os dirigentes da APGVN recebem diariamente, principalmente ao fim de semana, com pedidos de ajuda!
Para os Vigilantes da Natureza todos os animais são importantes e têm o seu papel na Natureza.
A GNR tem os meios e o número de efetivos que nos são negados, e que solicitamos constantemente, sendo sistematicamente ignorados. À GNR são fornecidas viaturas equipadas com sistema de transporte adaptado a animais, com sistema de refrigeração e com o material necessário à captura dos animais feridos ou debilitados e os Vigilantes da Natureza fazem a recolha, os primeiros socorros, quando necessário, com material improvisado e efetuam o transporte no próprio habitáculo da viatura que conduzem.
Enquanto uns têm quase tudo faltando-lhes apenas o amor e dedicação à Natureza aos outros falta-lhes os meios e as condições necessárias para um mais eficaz desempenho da profissão a que dedicam a sua vida!


APGVN – Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza