terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Resposta da Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território


    A Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza recebeu da Senhora Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade cópia do ofício emitido em 17 de Fevereiro de 2012 pela Senhora Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território com o seguinte conteúdo:

“ Em resposta à Pergunta n.º 1622/XII/1ª, de 18 de Janeiro de 2012, encarrega-me Sua Excelência a Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território de informar V. Exa. do seguinte:

O Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (MAMAOT) tem conhecimento das pretensões e preocupações da referida associação, tendo a mesma sido recebida em audiência pelo Senhor Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural.
Relativamente às questões colocadas pelos Senhores Deputados da Comissão da Agricultura e Mar, no âmbito da audiência realizada com a Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza, informamos ainda que este Ministério se encontra a analisar e avaliar as pretensões expostas, tendo em consideração as disposições legais e condicionamentos impostas à Função Pública, nomeadamente ao nível de contratação.”

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O ICNB recusa seguir a nova legislação europeia!


    Abutres estão a passar fome

    O Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) recusa seguir a nova legislação europeia que permite aos agricultores deixar as carcaças de animais mortos nos campos, para alimentar os abutres que sobrevoam o país.
Em causa, segundo admitiu ao SOL fonte do Ministério do Ambiente está o medo da transmissão de doenças, como a BSE ou a tuberculose. É uma questão de «salvaguarda da saúde pública e animal», explica a mesma fonte.
Mas a Quercus lembra que, em alternativa, o Executivo ficou de licenciar locais próprios para os abutres comerem (alimentadores), o que ainda não aconteceu no Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI) – área com mais abutres em via de extinção. Por isso, a associação ameaça queixar-se a Bruxelas. «Se o Governo não assegurar a sobrevivência destas espécies vamos apresentar queixa na União Europeia (UE)», explica fonte da Quercus.
Isto porque segundo as regras das autoridades europeias, cada Estado-membro tem de ter, pelo menos, uma destas opções (alimentadores ou carcaças deixadas nos campos) para garantir a sobrevivência dos abutres.
Em Fevereiro de 2011, a UE decidiu autorizar que os agricultores passassem a deixar de novo nos campos as carcaças dos animais mortos, mediante regras específicas. Uma prática que estava proibida desde 2002 devido à BSE (doença das vacas loucas).
Na altura a proibição deixou os abutres, aves protegidas por lei, em perigo de extinção, sem alimento disponível, correndo mesmo o risco de morrer à fome. Por isso, a UE aprovou a criação de campos de alimentação nos quais seriam deixados «corpos de animais mortos».
Mas, segundo a Quercus, em Portugal nem uma, nem outra solução está a ser aplicada.
Ao mesmo tempo, a falta de alimento tem gerado situações perigosas, como as que aconteceram no ano passado: para conseguirem comer, vários abutres (sobretudo grifos) atacaram gado vivo na zona da Beira Interior, lançando o pânico entre os agricultores. Na altura, fonte oficial do ICNB, entidade à qual cabe o licenciamento dos alimentadores – no PNTI há por licenciar dois da Quercus e um privado –, garantia ao SOL que estaria «para breve» esta medida, que então esperava os pareceres da DGV.
Um ano depois, fonte oficial daquele instituto, admite que ainda não está concluído: «O processo de licenciamento dos alimentadores foi acelerado e está a ser finalizado».
Segundo o que o SOL apurou, a DGV já deu luz verde ao licenciamento. Além disso, o Plano Nacional Para a Conservação das Aves Necrófagas, há anos na gaveta, poderá avançar em Março.
Para a Quercus, a falta de alimento para os abutres é o principal ponto que o plano deverá colmatar. Aliás, fonte da associação conta que já este ano, houve abutres a ‘roubar’ alimentos. «Roubaram mais de 30 carcaças de veados, enquanto os caçadores almoçavam».
Para a Quercus a melhor solução seria o Governo permitir a existência do gado nos campos e ao mesmo tempo licenciar aqueles centros de alimentação. «Só assim os abutres terão comida suficiente», avisa a associação.

Fonte: Sónia Balasteiro/SOL

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Presidência do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade demite-se


   Os três membros da presidência do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB)
demitiram-se em bloco esta semana, num momento em que já está escolhido um novo dirigente para o organismo.
O ICNB vai ser fundido com a Autoridade Florestal Nacional, no Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, cuja lei orgânica ainda não foi publicada.

Para dirigir o novo instituto, a ministra Assunção Cristas escolheu Paula Sarmento, até agora presidente da Administração de Região Hidrográfica do Alentejo e quadro da EDIA, a empresa que gere o empreendimento do Alqueva. Para o cargo de Vice-Presidente do ICNB será nomeado Manuel Pinto Gabriel, actual vice-presidente da Autoridade Florestal Nacional.

Os dirigentes actuais não esperaram pela lei orgânica e resolveram demitir-se. Esta informação foi confirmada oficialmente pelo próprio instituto ao PÚBLICO. “A presidência está demissionária” e “manter-se-á em funções até haver nova equipa”, disse a directora do Departamento de Comunicação e Gestão de Operações, Anabela Isidoro.

A presidência demissionária do ICNB é constituída por Tito Rosa, presidente, e Carlos Figueiredo e Fátima Fernandes, os dois vice-presidentes.

Os motivos para a apresentação desta demissão à tutela são "de ordem estritamente pessoal", de acordo informações prestadas ao PÚBLICO pelo gabinete da ministra Assunção Cristas.

O ICNB, segundo a lei orgânica em vigor, de Abril de 2007, tem como missão "propor, acompanhar e assegurar a execução das políticas de conservação da natureza e da biodiversidade e a gestão das áreas protegidas".
Fonte: Helena Geraldes, Ricardo Garcia/Público

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Vigilantes da Natureza iniciam hoje os Censos de Perdiz-vermelha


    Os Vigilantes da Natureza do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC) iniciam hoje os Censos de Perdiz-vermelha (Alectoris rufa) nas ZICs de Candeeiros sul e Serra de Aire, integradas numa acção de formação de Monitorização de Fauna Cinegética. Esta actividade de monitorização conta com a colaboração de Vigilantes da Natureza do Parque Natural da Arrábida e da Reserva Natural do Paul do Boquilobo.
Os Censos de Perdiz-vermelha relizam-se no PNSAC desde o ano de 2002.

APGVN

Guardaparques recuperan en operativo más de 300 cangrejos rojos del manglar


    SERNANP y guardaparq​ues comunales voluntario​s recuperan en operativo más de 300 cangrejos rojos del manglar, actualmente en veda (Perú)

    En cumplimiento de la veda del cangrejo rojo del manglar, que prohíbe
la extracción, transporte y comercialización de esta especie del 15 de
enero hasta el 28 de febrero, personal guardaparque del Servicio
Nacional de Áreas Naturales Protegidas por el Estado-SERNANP logró
recuperar 160 unidades de este crustáceo que fueron extraídas
ilegalmente del Santuario Nacional Los Manglares de Tumbes.

Éstos se suman a las 380 unidades de esta especie recuperados en días
anteriores en el marco de la implementación del plan de control el
cual se desarrolla con la participación del Ministerio Público, la
Policía Ecológica, la Dirección Regional de la Producción y el SERNANP
a través de sus guardaparques oficiales y voluntarios.

Cabe señalar que el producto recuperado es inmediatamente
reintroducido a su hábitat natural, el manglar, por los guardaparques
voluntarios que justamente pertenecen a los “cangrejeros” debidamente
empadronados por el SERNANP, ya que como ellos mismos manifiestan
“están dispuestos a colaborar en el control debido a que la veda es
muy importante para que el  cangrejo rojo del mangle se recupere, y
así poder contar con este recurso todo el año para el bienestar de sus
 familias”.

Extracción y conservación, la clave del futuro

La jefatura del Santuario Nacional Los Manglares de Tumbes ha
reconocido a cincuenta extractores de cangrejos de las comunidades
aledañas al área como guardaparques voluntarios por su compromiso
asumido en el apoyo a la conservación del Santuario.

Como incentivo, ellos vienen siendo beneficiados con un proyecto del
gobierno regional de Tumbes en el cual se viene cubriendo jornales a
los voluntarios que colaboran en el control y vigilancia de la veda;
de esta manera, se les permite a estas personas llevar un sustento a
sus familias a la vez que colaboran con la conservación de la especie.

Fonte: SERNANP/Luis Antonio Tovar Narvaez

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Guardaparques y policías peruanos intervienen 3.500 árboles a taladores ilegales

    Una rápida intervención de la jefatura del Parque Nacional del Manu-PNM y sus Guardaparques, en coordinación con la Policía Nacional del Perú, el Juez de Paz y la ATFFS Kosnipata, logró intervenir a un grupo de taladores ilegales que trasladaban la madera......
....del interior del Área Natural Protegida-ANP con más de 1,500 pies tablares de cedro (especie vulnerable) y 2,000 de aguano o tornillo. Fueron dos días de arduo y paciente trabajo (2 y 3 de febrero), en los que los guardaparques del área protegida encontraron a los infractores trasladando la madera ilegal hacia la localidad de Tono Alto, cuyo recurso fue extraído del sector Pitama Grande, perteneciente a la zona de protección estricta del Parque.

Según informa el Servicio Nacional de Áreas Naturales Protegidas por el Estado-SERNANP, a través del jefe del PNM, Carlos Nieto, los taladores fueron reconocidos plenamente y serán denunciados ante las autoridades competentes para las sanciones que correspondan, mientras que el material incautado fue trasladado y puesto a buen recaudo.

El precio de la ilegalidad

La extracción ilegal de madera es un problema que amenaza a la biodiversidad de nuestras áreas naturales protegidas; no sólo reduce y transforma el hábitat de miles de especies, sino que afectan directamente a los pobladores locales, por la pérdida de los servicios ambientales de los que se benefician.

El precio de las especies más cotizadas, como del cedro o la caoba, puede ascender hasta los S/. 10,000 soles en el mercado local, sin embargo el daño al ecosistema es incalculable.

Por ello, para el SERNANP, la promoción del desarrollo sostenible en las zonas de amortiguamiento de las ANP es fundamental como alternativa económica, no sólo para la preservación de la biodiversidad, sino para el beneficio de las comunidades y el país en general.

Fuente: Servicio Nacional de Áreas Naturales Protegidas por el Estado-SERNANP
Imagen de archivo: Patrullaje conjunto de policías y guardaparques en la selva peruana. Fuente: Ministerio Medio Ambiente

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Carnaval nasceu na Grécia Antiga. Portugueses levaram-no para o Brasil


    O Carnaval nasceu na Grécia Antiga, onde se realizavam cultos para agradecer aos deuses a fertilidade do solo e a produção. Era uma grande festa que os gregos celebravam alegremente, entregando-se aos prazeres da vida.
Mais tarde, no Império Romano, esta festa passou a durar sete dias. Os negócios eram interrompidos e, alguns escravos cujos donos eram mais condescendentes, conseguiam obter liberdade temporária. Eram sete dias de folia.
Quando no século XI a Igreja Católica implantou a Semana Santa, precedida pela Quaresma, começou a realizar-se esta festa que terminava antes do primeiro dia de abstinência. Por isso, a palavra Carnaval, de origem latina (“carnis” e “valles”), significa prazeres da carne.
Com o passar dos anos, o Carnaval foi-se espalhando pela Europa e mais tarde pelas colónias europeias. Foram os portugueses que levaram o Carnaval para o Brasil, hoje considerado um dos melhores do mundo.
Na Europa, o mais famoso é o Carnaval de Veneza. Nas suas primeiras celebrações os habitantes da Repubblica Della Serenissima podiam ser quem quisessem por detrás das suas máscaras. As barreiras sociais eram quebradas e nas ruas a nobreza e o povo misturavam-se durante os dez dias de celebração.
Hoje o Carnaval é celebrado em quase todo o mundo.
Divirtam-se!

Fonte: Margarida Marques e Patrícia Oliveira

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Inglaterra prepara-se para a pior seca dos últimos 36 anos


    O Governo britânico chamou de emergência empresas do sector da água, agricultores e instituições de protecção da vida selvagem para uma reunião que prepare a região para a pior seca dos últimos 36 anos.
A zona Sul e Este de Inglaterra estão entre as zonas mais afectadas pela falta de água e a menos que chova bastante até Abril as autoridades terão de restringir os consumos.

O responsável pelos recursos hídricos da Agência de Ambiente britânica, Trevor Bishop, admitiu à BBC que se está a preparar “para o pior”. “Estamos a chegar ao fim do segundo Inverno seco consecutivo e isso é muito pouco normal”, disse Bishop. “A situação ainda não é tão grave como em 1976 mas está muito perto.”

Em Janeiro, peritos da Agência de Ambiente britânica alertaram que os níveis de água no solo estavam tão baixos que seria preciso o dobro da precipitação para a recuperação dos caudais dos rios. Aquela agência já procedeu a uma oxigenação dos rios e à transferência de peixes que tinham ficado presos em charcos isolados. Em algumas zonas, os agricultores foram proibidos de captar água dos rios.

Na segunda-feira, o Departamento do Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (Defra) convocou uma reunião para decidir o que fazer. A secretária de Estado do Ambiente, Caroline Spelman, vai reunir-se com companhias do sector da água, que já estão a encorajar os consumidores a reduzir a água que gastam, e outros grupos preocupados com a situação. Esta semana, o Centro para a Hidrologia e Ecologia revelou que a precipitação média até ao momento neste Inverno é a mais baixa desde 1972.

Participarão na reunião empresas do sector da água, a Agência de Ambiente, a British Waterways, o Met Office (Instituto de Meteorologia britânico) e organizações de agricultores e de ambientalistas.

“Toda a nossa actividade vai ser cuidadosamente coordenada para que sejamos capazes de minimizar os efeitos da disponibilidade imprevisível da água e apoiar as pessoas para fazerem poupanças nos consumos”, disse Spelman citada pela BBC.


Fonte: Público
Foto: Darren Staples/Reuters

Sentença histórica: Pena de prisão para crime contra a natureza


    O empresário Aprígio Santos, proprietário da Quinta da Rocha, junto à ria de Alvor, foi condenado a dois
anos de prisão com pena suspensa pelo crime de dano contra a natureza e pela prática de crimes de desobediência.
Os ambientalistas consideram tratar-se de uma "sentença histórica", proferida pelo Tribunal de Portimão, nesta quarta-feira.

Na sequência das inúmeras queixas pela associação ambientalista A Rocha e outras organizações não-governamentais, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve levantou sete autos contra o empresário, por alegadamente ter destruído espécies e habitats prioritários, nesta quinta situada no coração da ria de Alvor. Porém, algumas das contra-ordenações resultaram em valores insignificantes. Num dos casos, a coima fixada pela CCDR em 16 mil euros foi reduzida em tribunal a mil euros. Na altura, o acórdão levou em consideração a "experiência comum" sobre o que se passou no litoral algarvio nas últimas décadas: "Tomado de assalto pela construção civil."
A pena agora aplicada ao promotor imobiliário, também presidente da Naval 1º Maio, teve em conta não apenas os valores da natureza destruídos, mas também os objectivos por detrás da "destruição completa de um sapal com habitats protegidos e a remoção de bioindicadores de habitats protegidos", conforme denunciou A Rocha - Associação Cristã de Estudo e Defesa do Ambiente, com sede junto à quinta comprada por Aprígio Santos ao empresário Joe Berardo. O acórdão refere que as intervenções efectuadas nesta zona sensível "visavam seguir o exemplo do que sucedeu noutras zonas da região": dentro do aparente respeito pelas normas ambientais, "inicia-se a construção e outras obras de desenvolvimento, que lentamente vão absorvendo (fazendo desaparecer) os obstáculos naturais" e legais, levando a construção de um "lucrativo empreendimento até onde for permitido".

A Quinta da Rocha, adquirida em Abril de 2006, estende-se por uma área de 205 hectares, dos quais cerca de metade comportam habitats e zonas protegidas. Os sapais, segundo A Rocha, foram lavrados três vezes. O promotor alegou junto das autoridades que pretendia recuperar a área agrícola e reabilitar os 18 prédios urbanos registados (antigas casas de lavoura), anunciando que ali iria ser construído um resort. O processo que levou à condenação do empresário, movido pelo Ministério Público, chegou a ser arquivado, mas foi mais tarde reaberto. O acórdão salienta que, "por norma, as autoridades administrativas, nesta matéria, são passivas, lentas e ineficazes, entrechocando-se e anulando-se as respectivas competências e acções". E enfatiza: "Basta atentar no que aconteceu no litoral algarvio nas últimas décadas (para não ir mais longe no espaço), em larga escala tomado de assalto pela construção civil."

O porta-voz de A Rocha, Tiago Branco, considerou ao PÚBLICO que a decisão do Tribunal de Portimão "fez história" na defesa do ambiente. Acrescentou que no Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé decorre outro processo, movido pelas seis associações que integram o Grupo de Acompanhamento da Ria de Alvor, exigindo a "reposição dos habitats destruídos, para que não avance a construção".

Acórdão é "um marco" para a jurisprudência nacional

A decisão do Tribunal de Portimão "constitui um marco em termos de jurisprudência ambiental", considera a jurista e vice-presidente da associação Quercus, Ana Cristina Figueiredo. Não porque se trate da primeira condenação por crimes relacionados com o ambiente - a primeira, a 87 dias de prisão, ocorreu em 1990 em Coruche, mas ao abrigo da Lei da Caça, por abate de árvores onde nidificavam cegonhas -, mas porque é uma das únicas, e seguramente a mais significativa, verificada pela prática do "crime de danos contra a natureza". Introduzido no Código Penal em 1995, este crime é punido com prisão até três anos e traduz-se, nomeadamente, na eliminação, destruição ou captura de exemplares de espécies protegidas da fauna ou da flora; na destruição ou deterioração significativa do habitat natural protegido; ou na danificação de recursos do subsolo.

Vários dirigentes da Quercus contactados pelo PÚBLICO não se recordam de nenhum caso de condenação por este crime, pelo que a de Portimão seria uma decisão pioneira. As bases de dados do Ministério da Justiça referem, contudo, pelo menos uma condenação anterior. Foi em Cantanhede, em 2005, quando o tribunal local puniu com 1600 euros de multa um empresário que extraiu ilegalmente areias das dunas da Tocha. Apesar disso, Ana Cristina Figueiredo não tem dúvida de que o acórdão de Portimão representa "uma marco" para a jurisprudência portuguesa. "Enquanto em Espanha são conhecidos muitos casos de condenação efectiva pela prática de crimes ambientais, em Portugal, embora a lei contemple há muito esse tipo de crimes, a jurisprudência tem sido muito tímida", observa. Além do crime de danos contra a natureza, o Código Penal prevê, em matéria ambiental, os crimes de poluição, actividades perigosas contra o ambiente e poluição com perigo comum. J.A.C.

Fonte: Idálio Revez/Público

Ilustração científica Ciência com arte e arte com ciência

    De animais a plantas, passando por fósseis e espécies extintas, comunicar um objeto científico através das imagens é o propósito primordial da ilustração científica, um campo ainda pouco explorado em Portugal.
A Universidade de Aveiro (UA) tem dado cartas nesta área de especialização. No mês passado, inaugurou o Laboratório de Ilustração Científica, desde o início do ano letivo tem uma pós-graduação sobre o assunto e em breve vai ter um mestrado.

Além de promover o que de melhor de se faz no campo a nível mundial, através de exposições organizadas pelo laboratório, a formação de novos profissionais é um dos objetivos da instituição.
“Temos poucos ilustradores, mas os poucos que temos são bons”, diz ao SAPO Fernando Correia, docente da UA, biólogo e ilustrador científico.

“As pessoas que trabalham nisso a tempo inteiro em Portugal conseguem ir lá fora, em países com mais tradição, e conseguem arrebatar prémios”, refere o biólogo que faz ilustrações para a revista National Geographic.

A ilustração científica está a ganhar “cada vez mais projeção no nosso país” mas não é um fenómeno novo, muito pelo contrário. “É algo que já existe desde a época dos Descobrimentos”, lembra Fernando Correia, afirmando que os portugueses foram responsáveis por “trazer a ilustração científica ao mundo” através dos desenhos sobre os novos territórios descobertos pelos navegadores.

“Até há bem pouco as pessoas pensavam que a ilustração científica só vivia nos manuais” mas “hoje em dia conseguimos observá-la nos mais variados suportes”, por exemplo, na internet, em folhetos de divulgação e revistas, diz o biólogo.

Da zoologia à tinta-da-china

Para ser um ilustrador científico é preciso saber desenhar mas não só; afinal, trata-se de uma “ciência com arte e uma arte com ciência também”, sublinha Fernando Correia.

É preciso conhecer áreas científicas como a botânica, a zoologia, a arqueologia e a paleontologia. Além de dominar técnicas de desenho com os mais diversos materiais e suportes, das aguarelas à tinta-da-china, passando pelo tradicional lápis.

E são estas linguagens que os alunos aprendem na pós-graduação em ilustração científica da UA para no fim, “com alguma sorte”, até “conseguir viver disso”. É o que diz ao SAPO Cláudia Barrocas, uma licenciada em genética que decidiu especializar-se em ilustração científica movida pela paixão pelo desenho.

"Não há outra maneira de representar certas coisas da ciência que não seja através da arte, é uma forma de expressão muito bonita", conclui a estudante.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Bombeiros sem dinheiro para combater actuais fogos florestais


    A Liga dos Bombeiros Portugueses revelou hoje que muitas corporações de bombeiros estão sem dinheiro para responder aos atuais incêndios florestais, alertando para a possibilidade de os carros deixarem de combater os fogos por falta de verba para combustível.
Nas últimas semanas, algumas zonas do país foram fustigadas por incêndios florestais, situação que é anormal para esta época de inverno e, como o dispositivo de combate aos fogos ainda não está funcionar, são as corporações dos bombeiros que têm que suportar as despesas, nomeadamente de combustível e com viaturas.
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares, disse à agência Lusa que, nesta altura do ano, "não há qualquer tipo de financiamento" para as despesas com os incêndios florestais, que trazem "custos acrescidos às corporações de bombeiros", que já estão com problemas financeiros devido aos cortes no transporte em ambulâncias de doentes não urgentes.
"Se não houver qualquer tipo de apoio financeiro não haverá capacidade financeira para responder aos incêndios", sublinhou, acrescentando que a qualquer momento "pode não haver dinheiro para as viaturas de combate a incêndio saírem dos quartéis".
Nesse sentido, a LBP apela ao Governo para que os bombeiros sejam ressarcidos de todas as despesas efetuadas no combate aos incêndios das últimas semanas.
A LBP vai pedir a todas as federações distritais de bombeiros que analisem os custos das corporações para que seja feito um pedido de financiamento à Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).
Segundo a ANPC, desde o início do ano deflagraram mais de 1.700 incêndios florestais, que são sobretudo fogos de pequena dimensão e ocorrem em matos, estando na sua origem principalmente as queimadas.
Explicando o motivo dos fogos nesta época de inverno, Miguel Cruz, adjunto de operações nacionais da ANPC, disse à Lusa que nos dois primeiros meses deste ano houve uma completa ausência de precipitação o que provoca elevados níveis de secura, contribuindo para as condições de propagação de incêndios.
O relatório dos incêndios florestais do ano passado refere que, em janeiro e fevereiro de 2011, meses em que se registou precipitação, deflagraram 592 fogos, concluindo-se que este ano os fogos quase que triplicaram.
Só no último fim-de-semana o número de ignições foi quase semelhante às registadas em fevereiro de 2011 (380) e apenas na segunda-feira ocorreram 215.
Fonte: Lusa

Aldeia na Índia é deslocada para dar habitat para tigres


    Uma aldeia chamada Umri, com mais de 350 pessoas, foi deslocada na semana passada para uma nova localização, com o objectivo de melhorar o habitat dos tigres. A aldeia situava-se na reserva de tigres Sariska, no estado de Rajasthan, que fica no Norte da Índia, colado ao Paquistão, e é a segunda aldeia no país a ser deslocada devido aos tigres.
“O processo foi feito em cooperação com as famílias. Vai ajudar a assegurar um habitat próprio para os grandes felinos, por isso tanto os governos dos estados como o centro (o Governo federal) estão a trabalhar para isso”, disse R. S. Shekhawat, director do campo do parque nacional, à AFP.

As autoridades compensaram as 82 famílias da aldeia com uma quantia de 15.500 euros ou com uma área de terreno mais dinheiro para construírem casas. Os novos terrenos ficam nas imediações da reserva, onde haja solo arável.

Existem 11 aldeias no centro do parque, com uma população de 2500 pessoas, o objectivo é ir deslocando as aldeias para que o parque se torne seguro para os tigres. Há quase cinco anos, uma outra aldeia da região também foi deslocada.

Em 2002 existiam 16 tigres no parque, o número chegou a descer a zero, hoje são cinco. O parque tem 866 quilómetros quadrados. “Para manter uma reserva com este tamanho, precisamos de um número mínimo de 20 tigres fêmeas para ajudar na reprodução de uma população viável de 80 a 100 tigres”, disse P. S. Somasekhar, responsável pela conservação das florestas do estado, à BBC News.

O tigre é um animal protegido na Índia. A população aumentou de 1411 para 1706 indivíduos, entre 2007 e 2011, graças a uma política de conservação que vigora no país. Mas o número é uma sombra comparando com os 100.000 tigres que existiam há um século.

Contra o contrabando de tigres

O habitat do tigre, embora já tenha no passado chegado ao Cáucaso, está agora reduzido à Índia e a áreas fragmentadas do sudeste da Ásia e numa pequena região da Sibéria, com uma população que não ultrapassa os 3200 tigres, segundo a WWF, distribuídos por seis subespécies.

Entretanto, os responsáveis da polícia dos 13 países onde ainda existem tigres, reuniram-se nesta semana para acordarem um plano contra o comércio ilegal de tigres e melhorarem a comunicação entre fronteiras para protegerem o grande felino.

O seminário feito em Banguecoque, capital da Tailândia, foi organizado pela Interpol. “Os nossos esforços para lutar contra o crime [feito aos] tigres não pode só resultar em apreensões – tem que resultar em acusações e condenações, e em penalidades fortes de modo a parar a corrente de contrabando”, disse John Scanlonm, secretário-geral da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies em Perigo, citado pela BBC News.

Fonte: Público
Foto: Adeel Halim/Reuters

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Fallece el Guarda de Medio Ambiente que resultó atrapado por un alud

   Fallece el Guarda de Medio Ambiente que resultó atrapado por un alud en el Valle de Arán
   Finalmente el fin de semana se confirmó la triste noticia de que uno de los dos Guardas del Medio Ambiente" o ("Guardes deth Miei Ambient" en aranés), del Consejo General de Aran (Conselh Generau d'Aran), que habían resultado afectados  por un alud....
Antonio Cavero Saez y su compañero, ambos Guardas de Medio Ambiente, realizaban una salida de esquí de montaña en su día libre cuando fueron sorprendidos por un tremendo alud. Antonio estuvo durante algo más de un día en estado crítico, con coma inducido, en la UCI de Lleida. Estuvo 40 minutos colgado hasta que lo pudieron rescatar los bomberos, y hacerle RCP media hora. Lamentablemente las heridas sufridas en el cráneo fueron, al parecer, las que finalmente precipitaron su fallecimiento. En 1997 el Consejo General de Aran creó su propio Cuerpo, llamado "Guardas del Medio Ambiente", al que pertenecía Antonio Cavero Saez.
Desde Guardabosques nuestras condolencias a sus familiares, compañeros y amigos.
Fonte: Guardabosques

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

7th World Ranger Congress 4-9 November 2012 Tanzania


    7th World Ranger Congress 4-9 November 2012
Ngurdoto Mountain Lodge, near Arusha
Tanzania

Registration

A big thanks to all those that helped us by registering early. We really appreciate this. For those of you who still need to register, this is just friendly reminder to not delay. Accommodation and field trip options are filling up fast, so do register soon. Go to http://www.pamsfoundation.org/world-rangers-congress.

Call for Papers – submit before 29 February

Abstracts for the 7th World Ranger Congress need to be submitted during the month of February.

The theme for the Congress is "HEALTHY PARKS, HUNGRY PEOPLE” - Working towards Healthy Parks, dealing with ‘Hungry’ People. In broad terms, this relates to all that we are striving for towards achieving healthy and well conserved parks, and any and all of the challenges that limit or may prevent us from achieving this goal. The word ‘Hungry’ in this context means people who threaten the integrity or existence of conservation areas because of their real needs, or in some cases greed, for land, resources, power, status or money.We invite you to submit an abstract on one or more of the following sub-themes:

1)      Working towards Healthy Parks (What we are striving for as rangers)

·         Capacity Building – needs & solutions

·         Marketing and Networking·        

·         Making it Happen

2)      Dealing with Hungry People (The challenges limiting rangers from achieving Healthy Parks)

·      Challenges facing protected areas – & solutions

·         The rangers job – challenges & solutions 

Abstract submission deadline is 29 February 2012.

For more detailed information on the themes go to: http://www.pamsfoundation.org/world-rangers-congress/congress-themes

For further information on submitting your abstract, go to: http://www.pamsfoundation.org/world-rangers-congress/abstract-submissions

Showcase movies and other work at the congress!

Should you have anything else other than a presentation or poster you wish to contribute or showcase at the congress, be it showing a movie, giving a specialist training session, holding a workshop, launching a book, or displaying your work in a booth, please also submit your ideas in this regard to abstractswrc@gmail.com by 29 February 2012.

Help us make the 7th World Ranger Congress an unforgettable success

Help us spread the news to make the 7th World Ranger Congress the unforgettable success we all want it to be, by distributing this World Ranger Congress brief to everyone who you think may be interested in attending. The YouTube clip on the Congress has also been updated, so please do pass it on to all your friends and colleagues (go to http://www.youtube.com/watch?v=ZN5E0X6Of_4)

Looking forward to seeing you in 2012

World Ranger Congress Event Organisers


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Vigilante da Natureza Carlos Silva homenageado no Caniçal


   Foi descerrada esta tarde, na Ponta de São Lourenço, no Caniçal, uma placa em homenagem ao Vigilante da Natureza Carlos Silva. Inserido nas comemorações do Dia Nacional do Vigilante da Natureza, o acto contou com a presença do secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais.
Na oportunidade, o Secretário Regional enalteceu a dedicação de Carlos Silva na defesa dos Vigilantes da Natureza, bem como a dedicação às reservas, onde trabalhou ao longo de duas décadas.
Para além dos familiares do homenageado, que descerraram a placa alusiva, compareceram igualmente à cerimónia três dezenas de Vigilantes da Natureza e alguns técnicos do Parque Natural da Madeira, que cumpriram uma caminhada de cerca de uma hora até à Casa do Sardinha.

Fonte: Jornal da Madeira

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Nasceram três lontras no Fluvário de Mora, já se prepara um Lontrário


   O Fluviário de Mora anunciou hoje o nascimento de três crias do casal de lontras que usam dois célebres nomes artísticos: "Mariza" e "Cristiano Ronaldo". Chegam a tempo de estrear o novo Lontrário, actualmente em construção.
As crias das lontras-de-garras-pequena nasceram em Dezembro mas o anúncio oficial só foi feito agora. Os bebés são filhos do casal "Cristiano Ronaldo” e "Mariza" (nomes artísticos - no baptismo oficial são Nico e Nacy), junto há quase cinco anos e que, por fim, gerou descendência.
"Por ora, o trio de pequenitos ainda só vê a luz do dia a partir do seu ninho, onde têm permanecido sobre atenta guarda" dos pais, informa o Fluviário. Mas "estarão aptos a usufruir totalmente do futuro Lontrário hoje em construção e integrado nas obras de ampliação do Fluviário de Mora".
O novo habitat acolherá não apenas este casal e crias: terão como vizinha a espécie existente em Portugal, a Lontra-europeia, Lutra lutra. "Tratando-se de uma espécie protegida, todo o processo tem sido acompanhado pela Direcção-Geral de Veterinária e pelo Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, estando as duas espécies devidamente separadas", informam.

A obra em curso transformará o tanque, onde actualmente vivem "Mariza" e "Ronaldo", "num aquário para peixes de grande porte, uma espécie de Monstros do Rio: carpas de mais de 20 quilos, esturjões com mais de 1 metro de comprimento, enguias".

Quanto ao recém-nascido trio de lontrinhas ainda não tem nome e vive "superprotegido pelos dois pais orgulhosos".

O Fluviário de Mora tem mais de 500 peixes de 55 espécies diferentes de todo o mundo em habitats naturais, aquáticos e terrestres, num percurso entre a nascente e a foz de um rio. Desde a abertura, em Março de 2007, já recebeu mais de 660 mil visitantes.

Fonte: fugasnotícias

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Dia Nacional do Vigilante da Natureza, 2 de Fevereiro de 2012



 
   Comunicação da APGVN nas Comemorações do Dia Nacional do Vigilante da Natureza:

   Nestes tempos difíceis em que vivemos, muitos de nós, nos questionamos sobre o futuro da nossa profissão.

As respostas vão desde as que nos situam entre as profissões com maior futuro, até aquelas que vaticinam que temos os dias contados.

Ao longo dos 36 anos de existência da profissão sempre tivemos como horizonte o êxito e sempre encaminhamos as nossas forças nessa direcção.

É do conhecimento de todos que temos bem definido os objectivos a alcançar para a profissão, apesar de estarmos conscientes de que apenas percorremos parte desse caminho.

O Governo reestruturou os Ministérios e as Instituições, mas não clarificou como será o funcionamento do Corpo de Vigilantes da Natureza das Administrações das Regiões Hidrográficas, das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional e do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade.

Que planos existem para a profissão?

Não conhecemos a postura oficial do Governo sobre o futuro da profissão
.
As nossas reivindicações profissionais estão bem fundamentadas e apontam no único caminho possível, proporcionar um melhor serviço à conservação da natureza e aos cidadãos.

Talvez esta onda de mudança seja a oportunidade por que tanto esperámos para solucionar as dificuldades que a profissão sempre viveu.

Tendo em conta a conjuntura actual do país, não podemos deixar de salientar que a esmagadora maioria dos problemas que afectam a profissão podem ser resolvidos sem despesas adicionais para o estado.

Excelentíssimo Senhor Secretário de Estado, Excelentíssimo Senhor Presidente do ICNB, poderemos aproveitar a criação do ICNF, para dotar os Vigilantes da Natureza com os meios necessários para um correcto cumprimento da sua missão e para uma melhor defesa do Ambiente e da Conservação da Natureza.

Não necessitamos de mais competências, necessitamos apenas do reforço das que já que temos.

Vamos aproveitar aquilo a que a lei obriga e ao rever esta carreira, efectuar as alterações adequadas.

A constituição do Corpo Nacional de Vigilantes da Natureza é possível sem que se aumente a despesa do estado.

O reforço dos quadros de pessoal pode ser concretizado com a incorporação de todos os Vigilantes da Natureza das CCDR’s, das ARH’s e do ICNB no Corpo Nacional de Vigilantes da Natureza.
E porque não? A incorporação dos agentes da Polícia Florestal que assim o desejarem.

Recordo que os Diplomas que regulam os Vigilantes da Natureza e a Polícia Florestal são muito idênticos.

Sem dúvida que a resolução destas questões depende apenas da vontade política.

Estamos convictos que a política actual do Ministério é o da defesa do ambiente e da conservação da natureza, pelo que consideramos as nossas sugestões como válidas.

A austeridade em que actualmente vivemos tem dificultado muito o desempenho cabal das nossas funções.

Nas ARH’s, nas CCDR’s e no ICNB as saídas de campo foram reduzidas aos serviços mínimos, o que implica um grande revés para a vigilância e fiscalização, e quem sai a perder é o Ambiente.

Hoje é um dia de comemoração, mas também é um dia para recordar os companheiros que temos perdido ao longo dos anos.

Recentemente perdemos um companheiro que muito admirávamos!

Carlos Alberto Rodrigues da Silva “Vidrinhos” nasceu a 4 de Junho de 1951, em Nova Lisboa, Angola.

Foi na Ilha da Madeira, anos mais tarde, que o seu amor pela natureza e sobretudo pelo mar se evidenciou.

Dedicou-se a actividades relacionadas com o mar, nomeadamente a vela e o mergulho. Esta última actividade tornar-se-ia uma das suas grandes paixões.

Durante algum tempo foi instrutor de mergulho num clube sedeado na Reserva do Garajau, e foi nessa altura que entrou em contacto com o Parque Natural da Madeira e com os Vigilantes da Natureza, quando estes efectuavam patrulhamentos naquela Reserva Natural.

Em 1991 ingressou no Parque Natural da Madeira como Vigilante da Natureza.
Os trabalhos realizados nas diversas Áreas Protegidas do Arquipélago da Madeira demonstraram a sua aptidão e o seu amor pela profissão.

Tinha como lugar de eleição a Reserva Natural das Ilhas Selvagens e um carinho especial pela Selvagem Pequena.

Após o Encontro Nacional de Vigilantes da Natureza, realizado na Madeira, foi o principal impulsionador da criação de uma Associação de Vigilantes da Natureza a nível Regional, o que aconteceu em Maio de 2003, à qual presidiu até 2007 passando posteriormente a exercer o cargo de Vice-presidente.

No passado dia 9 de Janeiro, por volta das 17 horas, ao efectuar um mergulho próximo das jaulas duma exploração de aquacultura nos mares da Ribeira Brava, o Vidrinhos não voltou à superfície.

A tristeza apoderou-se dos Vigilantes da Natureza, dos amigos e de todos o que o conheceram.

Os Vigilantes da Natureza e Técnicos do Parque Natural da Madeira, juntaram-se às buscas, na esperança de encontrar o Carlos Silva.

As buscas duraram duas semanas, mas nenhum vestígio do “Vidrinhos” foi encontrado. Ele desapareceu, talvez para sempre, no meio natural que tanto amava e protegia.

A sua grande paixão pelo mar e pelos seres que o habitam ficou bem demonstrado, quando um dia, ao mergulhar encontrou alguns Meros (Epinephelus marginatus) com sintomas de doença.

Entrou de imediato em contacto com médicos e veterinários amigos, arranjou medicação e alimento, e diariamente mergulhava para alimentar e medicar os animais.

A sua devoção e entusiasmo eram tão grandes que contagiaram muitos outros mergulhadores que passaram a acompanhá-lo nesses mergulhos.

As missões de vigilância e fiscalização nas Ilhas Selvagens são muito marcadas pelo estado do tempo e do mar, sendo a data de regresso a casa uma incógnita.

Quem presta serviço naquelas Ilhas a isso já está habituado. Mas mesmo assim ocorrem situações que ninguém espera, como a que aconteceu com o Vidrinhos, quando ficou retido nas Selvagens e teve de alterar a data do seu casamento.

O sonho de levar uns amigos às Desertas para, ao fim da tarde, tocarem uns acordes de Jazz, é demonstrativo da forma como o Vidrinhos encarava o seu papel de Vigilante da Natureza e a sua forma de estar na vida.

Que não restem dúvidas, a sua pegada ficou por cá…

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Tejo Internacional apenas com dois Vigilantes da Natureza

    Tejo Internacional apenas com dois vigilantes “incapazes de travar infrações ambientais”

   As áreas protegidas junto ao Tejo Internacional têm sete vigilantes da natureza do lado espanhol, mas há apenas dois em território português, incapazes de travar infrações ambientais, alerta a associação ambientalista Quercus.

Construções clandestinas que crescem por falta de fiscalização, despejo ilegal de resíduos ou caça furtiva são algumas das “feridas” no território protegido diagnosticadas por Samuel Infante, dirigente da Quercus em Castelo Branco. Existe ainda extração ilegal de areias e casos de perturbação de espécies raras, como a águia imperial e o abutre negro, durante os períodos de nidificação.

O parque tem 26.484 hectares, que integram os concelhos de Idanha-a-Nova e Castelo Branco e uma pequena zona de Vila Velha de Ródão. Para além de “haver apenas dois vigilantes”, as limitações “de meios técnicos e a falta de combustível” são constantes, alerta aquele responsável, que lamenta o aparente “desinteresse” do Estado.

Samuel Infante defende um reequilíbrio “na distribuição de vigilantes da natureza, porque algumas áreas protegidas têm excesso de meios e recursos financeiros”. Outras, como o Tejo Internacional, carecem de fiscalização “e isso paga-se mais caro, de várias formas”, frisa.

Por um lado, há sempre “compromissos internacionais” para alcançar metas ambientais e quanto mais abandonados estiverem os espaços, “mais cara” se torna a manutenção futura. Por outro, desperdiça-se “um potencial enorme: há milhões de pessoas que procuram Espanha pelo património natural, que Portugal também tem, mas que não sabe usar sem destruir”.

É certo que do lado espanhol as áreas protegidas que acompanham o Tejo Internacional são maiores, mas ainda assim, a Quercus considera gritante a discrepância de meios humanos e recursos. Do lado espanhol, “já se percebeu que a preservação da biodiversidade traz desenvolvimento, por exemplo, através do turismo de natureza, que tem crescido ano após ano em todo o mundo”.

Em Portugal, “o Estado está a falhar nos compromissos básicos: quando se cria uma área protegida, tem de haver serviços mínimos”, destaca.

Álvaro Rocha, presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, considera que o Estado devia estabelecer parcerias com as associações de caça locais para colmatar a falta de vigilantes. Segundo o autarca, na área do concelho “só há um vigilante a fazer horário de funcionário público, insuficiente para fiscalizar um parque natural”.

Tendo em conta a crise, “o Instituto [da Conservação da Natureza e da Biodiversidade] devia procurar a colaboração das populações e das reservas de caça que fazem parte do parque, para que a vigilância fosse mais apertada”. Álvaro Rocha exemplifica com um protocolo que a autarquia estabeleceu com uma das associações de caça e que serve para reforçar a vigilância contra incêndios na época de verão.

A Lusa procurou esclarecimentos junto do Parque Natural do Tejo Internacional, mas o diretor, Armando Carvalho, escusou-se a responder “atendendo à reestruturação em curso no ICNB”.

Fonte: Diário as Beiras

Associação de Vigilantes assinala Dia Nacional do Vigilante da Natureza


    A Associação de Vigilantes da Natureza da Madeira vai celebrar o Dia Nacional do Vigilante da Natureza, que se assinala hoje,  com a realização de actividades programadas para amanhã, dia 3 de Fevereiro, na Ponta de São Lourenço.

O programa de comemorações contará com uma acção de limpeza da área e uma homenagem ao recém-desaparecido Vigilante da Natureza Carlos Silva. A cerimónia terá a presença do secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais,  Manuel António Correia.

O Serviço do Parque Natural da Madeira conta actualmente com 38 Vigilantes da Natureza, que prestam diferentes serviços relacionados com a educação ambiental, conservação da natureza, fiscalização e vigilância em todas as áreas protegidas da Região Autónoma da Madeira.

PROGRAMA DAS COMEMORAÇÕES

3 DE FEVEREIRO DE 2012

Ponta de São Lourenço
10h00 Encontro dos participantes e voluntários que participam na recolha do lixo no Redondo (Ponta de São Lourenço);
10h15 Breve explicação sobre a acção a realizar;
10h30 Começo da actividade da recolha de lixo;
12h30 Almoço livre;
14h30 Recepção do Exmo. Sr. Secretário Regional do Ambiente e Recursos Naturais e demais entidades;
15h00 Caminhada a pé até à Casa do Sardinha;
16h15 Chegada à Casa do Sardinha;
16h30 Homenagem ao Vigilante da Natureza Carlos Silva;
17h00 Caminhada de regresso até ao Redondo;
18h00 Chegada ao Redondo e encerramento das actividades

Fonte: dnotícias/Sílvia Ornelas