Engana-se quem pensa que as aves de rapina apenas podem ser avistadas em áreas naturais. Conheça a história, imagens e videos, de um casal de peneireiros que elegeu um vaso de uma janela de um andar, em plena Lisboa, como local para criar a sua prole.
Um casal de falcões, da espécie Peneireiro-comum (Falco tinnunculus), nidificou no vaso da janela de um prédio, em plena cidade de Lisboa, e aí pôs quatro ovos.
Os peneireiros são uma ave comum em Portugal e existem até em ambientes urbanos, pois possuem uma grande tolerância à presença humana. Mas nidificar numa zona residencial, num vaso colocado a escassos centímetros da janela de uma sala é, no mínimo, insólito.
Há dois factores principais que explicam esta situação invulgar: existe alimento nas proximidades do ninho e este não foi perturbado.
Esta pequena ave de rapina, que tem 32 a 38 cm de comprimento e 68 a 78 cm de envergadura, alimenta-se de ratos, aves, lagartixas e insectos de grandes dimensões. Caça nas hortas e pequenos campos agrícolas que existem na cidade e que, neste caso, ainda existem na zona de Benfica, perto do Centro Comercial Colombo. Por outro lado, o morador da casa, Pedro Gonzaga, manteve o ninho imperturbado. As restrições a que esteve sujeito, como não levantar os estores da sala ou não ouvir música, foram para ele compensadas por poder observar de perto estas aves. Instalou uma câmara ligada ao computador e pôde seguir a vida dos falcões vinte e quatro horas por dia.
A atitude de Pedro face à presença destas aves não é, infelizmente, a mais comum. Os ninhos das aves de rapina são muitas vezes alvo de vandalismo. Perto de Benfica existe o Centro de Recuperação de Animais Silvestres, do Parque Florestal de Monsanto, onde 98% dos animais que aqui chegam são aves e metade destas são o resultado de ninhos que foram pilhados.
No entanto, apesar do cuidado do dono da casa, os ovos não chegaram a eclodir. Esta situação não é anormal. Acontece por vezes quando os progenitores são aves jovens, no primeiro ou segundo ano de reprodução. O macho pode não ter fecundado os ovos ou a fêmea pode ter-se ausentado do ninho mais tempo que o normal, deixando os ovos ao frio.
Na grande Lisboa sempre existiram falcões e é de esperar que a tolerância da espécie à perturbação humana aumente. A redução dos espaços verdes naturais pode ter “empurrado” este casal de peneireiros para uma zona residencial. A casa onde nidificaram esteve inabitada no ano anterior e por isso foi um local pouco perturbado. Este pode ser o segundo ano em que os falcões ocupam aquele ninho. Isto porque os falcões, além de poderem acasalar para toda a vida, são também fiéis ao local de reprodução.
Os progenitores vão agora abandonar o ninho. Espera-se que para o ano, entre Março e Abril, estejam de volta.
Fonte: Miguel Monteiro/Naturlink
Said
"Esta pequena ave de rapina, que tem 32 a 38 cm de comprimento e 68 a 78 cm de envergadura, alimenta-se de ratos, aves, lagartixas e insectos de grandes dimensões. Caça nas hortas e pequenos campos agrícolas que existem na cidade..." e sobretudo nas gaiolas de canarios que tenho na minha varanda. Sendo certo que há 2 anos até à data,já la vão 5 destas aves. 28.05.2012-Cacém.