Cerca de dois milhares de habitantes das aldeias incluídas no território do Parque Nacional Peneda-Gerês manifestaram-se, ontem, em Braga, contra o plano de ordenamento. Receberam a promessa que o Governo vai ouvir as pretensões dos habitantes.
Munidos das mais diversas referências rurais, os habitantes das aldeias serranas desceram à cidade para demonstrar o desacordo com o plano que lhes querem impor. Lembraram aos políticos que estão a decidir sobre uma área que, em 92% é privada, ou pertença das comissões de baldios. Viriam a saber, no Governo Civil de Braga, da abertura do Governo para "ouvir o que se passa no território. Vamos todos construir um plano que respeite as pessoas. Temos a garantia que nos vão escutar", disse José Carlos Pires, do movimento Gerês Com Gente. Se tal não suceder, estão a ser reunidas assinaturas para levar o assunto à Assembleia da República.
Ricardo Gonçalves, eleito pelo PS, esteve na rua, e manifestou-se a favor do debate "e que o plano seja amigo das pessoas e não as prejudique", lembrando que o documento está na Comissão Mista, de onde sairá para o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade(ICNB), para acabar no Ministério do Ambiente. "A Comissão Mista tem 17 instituições e uma grande parte são ambientalistas", disse este eleito pelo PS que concordou nas críticas ao plano, nomeadamente por ser "muito restritivo em relação à população. As restrições são tantas que não é viável a criação de riqueza, pelo que as pessoas tendem a sair dali".
José Carlos Pires lembrou que o Estado é "apenas proprietário de 7,4% do território do PNPG e solicitou abertura ao diálogo, por parte do ICNB, "até porque as populações já foram suficientemente penalizadas". Esta tese era defendida, também, pelo antigo presidente da Câmara de Terras de Bouro, António Afonso: "as pessoas têm de ser ressarcidas pelos prejuízos que lhe são provocados por estas medidas".
Agostinho Lopes, deputado da CDU na AR destacava a união do povo da Peneda e Gerês e alega que o ICNB deve "abrir-se às propostas das populações", insurgindo-se, ainda com a nova tipologia que querem conferir ao parque. "Querem conferir um estatuto selvagem a este parque, mas os que existem por todo o Mundo com essa denominação não têm gente a viver lá".
Fonte: Jornal de Notícias
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
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